A população portuguesa não vai ficar indiferente
Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF |
?Por
uma Nova Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico" Dando
expressão pública à convergência de opiniões sobre os problemas que afectam
milhares de escolas do 1º CEB, a CONFAP e a FENPROF decidiram subscrever
um Manifesto, que já começou a ser enviado a numerosas entidades e organizações,
com o objectivo de recolher um amplo apoio social em defesa de um conjunto
de medidas consideradas urgentes para que a Escola do 1º CEB possa cumprir
com qualidade o papel determinante que tem no sistema educativo e no percurso
escolar das crianças portuguesas ?O desenvolvimento
do país exige uma nova escola do 1º Ciclo do Ensino Básico?, sector que
?assume um papel determinante no sistema educativo e no percurso escolar
das crianças portuguesas, inequivocamente dependente da melhor ou pior
qualidade do ensino e das aprendizagens dos alunos que frequentam este
ciclo da escolaridade básica?, sublinha
o Manifesto divulgado na manhã de 15 de Janeiro em
Lisboa, numa iniciativa conjunta da Federação Nacional dos Professores
e da CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais. A apresentação
do documento decorreu numa sessão realizada no 1º andar do Mercado da
Ribeira, ao Cais do Sodré, em que estiveram presentes jornalistas, dirigentes
da FENPROF e de Sindicatos de Professores, responsáveis da CONFAP e de
Associações de Pais e Encarregados de Educação, entre outros convidados. Vitor Sarmento, presidente do Conselho Executivo da CONFAP; Paulo Sucena,
secretário-geral
da FENPROF; e Francisco Almeida, membro do Secretariado Nacional
da FENPROF, constituíram a Mesa deste encontro. O Manifesto,
assinado no fim da sessão por Vitor Sarmento e Paulo Sucena, começou já
a ser divulgado em todo o país, prevendo-se, como esclareceu Francisco
Almeida no diálogo com a Comunicação Social, que ?até meados de Março
cerca de 10 mil entidades e organizações subscrevam este documento?. Os membros
da Mesa comentaram em breves palavras várias passagens do Manifesto
e caracterizaram a situação de pobreza em que continua a viver o 1º Ciclo
do Ensino Básico, situação essa que tem de ser alterada na próxima legislatura,
?independentemente da força política que vier a ocupar o Poder?. Como
afirmaria Paulo Sucena, ?mais do que sublinhar as promessas falhadas de
sucessivos Governos, importa, neste momento, definir o que é necessário
mudar, para que haja, na verdade, um
salto qualitativo no panorama da Educação e do Ensino, e neste caso do
1º CEB.? O esforço
de convergência entre a FENPROF e a CONFAP, dando origem a este Manifesto,
foi apontado por Paulo Sucena como ?um movimento singular na União Europeia?. ?Pese embora
o facto de o discurso político, há vários anos, assumir a prioridade que
deve ser dada aio 1º Ciclo do Ensino Básico, a verdade é que as condições
de funcionamento e de trabalho da maioria das escolas deste ciclo da escolaridade
obrigatória estão longe de responder às necessidades de desenvolvimento
do país?, observa o Manifesto, que recorda mais adiante: ?A maioria
das escolas do 1º CEB não dispõe dos equipamentos nem dos recursos pedagógico-didácticos
e financeiros indispensáveis à consecução dos objectivos que o país espera
que as escolas do 1º Ciclo cumpram?. Medidas concretasA segunda
parte do Manifesto exorta o Governo, as autarquias e a Assembleia da República
a avançarem ?na concretização das seguintes medidas?: - Aprovação e execução de um plano nacional de emergência
que permita a recuperação e humanização das escolas do 1º CEB e o seu
apetrechamento com os materiais e equipamentos pedagógicos que faltam
na maioria das escolas; - Aprovação de uma lei de financiamento dos estabelecimentos
públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário,
que estabeleça regras claras, universais e transparentes que suportem,
com rigor, os orçamentos a atribuir a todas as escolas e seus agrupamentos; - Redimensionamento das turmas do 1º Ciclo do Ensino
Básico por forma a que sejam constituídas por dezanove (19) alunos,
no máximo vinte (20). As turmas que integrem crianças com necessidades
educativas especiais ou com mais de dois anos de escolaridade devem ser
constituídas, no máximo, por doze (12) ou quinze (15) alunos, respectivamente; - Reorganização do modelo de docência no 1º CEB com
a constituição de equipas educativas que permitam a melhoria da qualidade
da acção educativa em todas as áreas curriculares; - Criação de quadros de auxiliares de acção educativa
em todas as escolas do 1º CEB; - Institucionalização do serviço de refeições
para todas as crianças que frequentam o 1º CEB; - Promoção, por parte do Estado, com a intervenção dos
poderes central e local, de respostas de qualidade para a ocupação
de tempos livres das crianças que frequentam o 1º CEB; - Aprovação de regras universais para a tramitação
dos processos individuais dos alunos entre todos os sectores de educação
e ensino por forma a facilitar a continuidade pedagógica. A mensagem
está lançada. A opinião pública portuguesa não vai ficar indiferente... |