Precários manifestam-se em frente à reitoria e entregam carta ao Presidente da República

22 de março de 2019

No Dia da Universidade do Porto

Precários manifestam-se em frente à reitoria e entregam carta ao Presidente da República

Aproveitando as comemorações do Dia da Universidade do Porto e a presença do Presidente da República, um grupo de docentes, investigadores e funcionários da UP, apoiados pela ABIC e polo Sindicato dos Professores do Norte, voltou a concentrar-se em frente à reitoria, para voltarem a afirmar “SOMOS UNIVERSIDADE”.

Terminaram as reuniões de análise dos requerimentos ao PREVPAP da Universidade do Porto e sabe-se que não houve alteração do sentido de voto dos representantes da UP ou dos ministérios.

O número de situações consideradas vínculo não adequado é residual – menos de 50 em quase 600 requerimentos.

  • Mais de 300 investigadores e BCGTs não foram sequer admitidos, por não terem vínculo direto com a UP, mas com unidades de investigação que funcionam na UP, mas que estão formalmente constituídas como IPSFLs (instituições privadas sem fins lucrativos);
  • Dezenas de investigadores e docentes convidados da UP foram considerados necessidades não permanentes ou como tendo vínculo adequado;
  • Os poucos que que terão pareceres favoráveis temem ver os seus contratos terminar sem a situação regularizada e temem perdas salariais.

O Reitor da Universidade do Porto continua a descartar responsabilidades e continua a negar:

  • O importante contributo dos investigadores/professores convidados para a missão da Universidade;
  • A igualdade de direitos laborais para os investigadores que trabalham na UP através de IPSFLs, sendo que contribuem de igual modo e desenvolvem a sua atividade nas mesmas condições que os investigadores com contrato direto com a U.Porto;
  • A existência de décadas de trabalho precário na UP, sem direitos laborais, com milhares de horas letivas dadas por investigadores a título “gracioso” ou pagas à “peça”.
  • A necessidade de contratar mais docentes para os quadros;
  • A existência de docentes precários (docentes convidados a tempo parcial, anos a fio, com horários e funções idênticos aos colegas de carreira). Para o Reitor da UP, os convidados a tempo parcial não são precários.

   

Ver reportagem fotográfica de HB  

Curiosamente, na sessão solene celebrada este dia pela UP, o Prémio de Excelência na Investigação Científica da Universidade do Porto foi entregue a um investigador do I3S, uma das ditas IPSFLs que não é da Universidade do Porto.

A Universidade do Porto tem de reconhecer que estes investigadores são universidade todos os dias, e não apenas quando é conveniente. Se são universidade para assegurar o seu ensino, a sua investigação, contribuir para os rankings, receber prémios ou angariar financiamentos nacionais e internacionais, então também têm de ser universidade no momento de fazer contratos.

Os precários na UP entregaram ao Presidente Marcelo uma carta aberta subscrita por um conjunto de 12 associações e grupos de trabalhadores científicos e que conta já com a assinatura de mais 800 investigadores.

No ensino superior, o PREVPAP está a provar-se uma farsa e um sacudir de capote em cadeia. Todos compreendem a situação, mas todos recusam responsabilidade na sua solução.

O Sindicato dos Professores do Norte continuará a estar junto destes colegas precários.


Na comunicação social:

22/mar — JN — Marcelo Rebelo de Sousa no aniversário da Universidade do Porto
22/mar — SAPO — Marcelo recebe carta e pedido de ajuda de investigadores precários da Universidade do Porto
21/mar — LUSA  — Investigadores científicos pedem à Universidade do Porto para anular chumbo aos PREVPAP
21/mar — Observador — Universidade do Porto: Precários desesperados com chumbo no PREVPAP começam a emigrar 
21/mar — LUSA — Precários da UPorto desesperados com chumbo no PREVPAP começam a emigrar
21/mar — Público — Investigadores pedem à Universidade do Porto para anular chumbo aos PREVPAP

 

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