1.º CEB — Falsas soluções não valorizam profissão
01 de outubro de2025
Técnicos especializados, distribuição de alunos e alunos em casa parecem ser as soluções que o Ministério da Educação, Ciência e Iniovação apresenta para a falta de professores no 1.º ciclo do ensino básico (1.º CEB). Em vez de se apostar na valorização da profissão e na criação de condições dignas para atrair e fixar docentes, se recorra a soluções que desvirtuam a qualidade da Escola Pública. Falsas soluções não valorizam a profissão, não garantem a qualidade do ensino e prova as crianças do direito à Educação!
Em declarações à RTP, a diretora do agrupamento de escolas Virgílio Ferreira (Lisboa) admitiu ter colmatado a falta de 17 professores — essencialmente no 1.º CEB — através da contratação de “técnicos especializados licenciados”. Esta opção não assegura a necessária preparação pedagógica nem responde às exigências próprias da docência. Nos agrupamentos de escolas D. Dinis (Odivelas) e 4 de Outubro (Loures) alguns alunos são distribuídos por atividades paralelas e outros continuam em casa.
Apesar de existirem 2371 docentes por colocar no grupo de recrutamento do 110, a carência de professores disponíveis para lecionar em determinados quadros de zona pedagógica continua a atingir de forma expressiva, no 1.º CEB, afetando, neste momento, mais de 3000 alunos que continuam sem professor. Estão em contratação de escola mais de 140 horários, 70 dos quais completos e anuais. Para a Fenprof, não vale tudo. Não pode o problema da falta de professores servir de desculpa ao governo. Urge, pois, avançar para a valorização do estatuto da carreira docente.
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