50 000 assinaturas entregues no ME contra aulas de substituição

Cerca de 50 mil professores subscreverem um abaixo-assinado entregue hoje no Ministério da Educação contra as aulas de substituição e o prolongamento do horário, medidas que dizem provocar "um incalculável desgaste físico e psicológico".

No último dia da greve de uma semana decretada às actividades de substituição e ao prolongamento do horário das escolas do primeiro ciclo, cerca de 100 dirigentes sindicais da Federação Nacional de Professores (Fenprof) concentraram-se frente ao ministério para entregar o documento intitulado "Exigimos Respeito".

No abaixo-assinado, os docentes contestam a reorganização dos horários estabelecida este ano lectivo pela tutela, afirmando que as novas regras "descaracterizam" a profissão, provocam "um incalculável desgaste físico e psicológico" e causam "profundas tensões nas escolas, assim como preocupantes formas de desencanto dos professores e desinvestimento profissional".

"As 50 mil assinaturas que vamos entregar agora são um sinal inequívoco de que os professores estão, efectivamente, descontentes com as medidas tomadas", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Paulo Sucena, lamentando que o documento fosse recebido por "um mero funcionário das Relações Públicas do Ministério".

Relativamente à paralisação que hoje terminou, a Fenprof afirmou ser impossível divulgar números rigorosos quanto à adesão dos professores, apesar de garantir que "mais de metade das aulas de substituição não foram dadas".

Contactada pela Lusa, a assessora do Ministério da Educação afirmou igualmente não dispor de dados sobre o impacto do protesto na realização das actividades de substituição e no prolongamento do horário do primeiro ciclo.

O abaixo-assinado entregue hoje contesta ainda o congelamento temporário da progressão na carreira até Dezembro e a não contagem do tempo de serviço dos professores, que a federação classifica como um "roubo", assim como o agravamento das condições de aposentação que afectou toda a administração pública.

No documento, os docentes dizem-se vítimas de "inqualificável e injustíssimo ataque" e reivindicam o reforço social e profissional da imagem dos professores e educadores.

Esta foi a segunda vez que dirigentes sindicais da Fenprof se concentraram esta semana frente ao edifício da tutela para reivindicar que o prolongamento do horário de funcionamento das escolas do primeiro ciclo entre as 15h30 e as 17h30 seja assegurado por monitores de tempos livres e não por professores e que as aulas de substituição sejam pagas como serviço docente extraordinário.

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