A nova poesia resistente (do funcionário público)

A nova poesia resistente (do funcionário público)

 

No primeiro diploma,

Congelaram as progressões, Acabaram os escalões,

E não dizemos nada.

No segundo diploma,

Aumentam o tempo das reformas, Mexem com todas as normas,

E não dizemos nada.

No terceiro diploma,

Alteram o sistema de saúde, Há um controlo amiúde,

E não dizemos nada.

No quarto diploma,

Criam-se informações, Geram-se várias divisões,

E não dizemos nada.

No quinto diploma,

Passa a haver segredo, As pessoas vivem com medo,

E não dizemos nada.

Até que um dia,

O emprego já não é nosso, Tiram-nos a carne fica o osso,

E já não podemos dizer nada.

 

Porque a luta não foi travada,

A revolta foi dominada,

E a garganta está amordaçada.

 

Ana Roque

Partilha