5/nov — Sindicatos suspendem greve e concentração
30 de outubro de 2021
Greve de 5 de novembro — Posição do SPNTendo em conta o novo contexto político, a Direção do SPN reuniu em 29 de outubro e aprovou o reagendamento da Greve Nacional dos Educadores e Professores, prevista para 5 de novembro, para um momento mais oportuno. Tendo em conta que esta greve foi convocada num processo de convergência este reagendamento deverá ocorrer dentro de um processo idêntico.A direção do SPN decidiu, ainda, dar maior destaque e divulgação à Greve da Administração Pública, marcada para o dia 12 de novembro |
2 de novembro de 2021
"A Fenprof, em convergência com outras 7 organizações sindicais de professores, convocou greve de professores e educadores para dia 5 de novembro. A greve foi a resposta adequada face a uma proposta de OE que, a ser aprovada, nada previa para dar resposta aos problemas que afetam a Educação em geral e, em particular, a Escola Pública e os seus profissionais".
Assim começa o texto da conferência de imprensa da Fenprof, realizada hoje (2/nov), em Coimbra (ver texto da conferência em anexo). Face ao ‘chumbo’ do OE/2022 e à mais que provável dissolução da Assembleia da República, os Sindicatos que constituem a Federação decidiram suspender a greve de educadores e professores marcada para o dia 5 de novembro.
A par da greve, estava igualmente prevista a realização de um plenário de educadores e professores junto ao Palácio de São Bento, porque esse era o dia em que o ministro se deslocaria à AR para uma audição em sede de comissão especializada sobre o orçamento para a Educação. Com a não aprovação na generalidade do OE/2022, já não haverá debate na especialidade.
Desta forma, este governo já não será responsável por qualquer nova proposta de OE/2022 e, previsivelmente, em janeiro, haverá eleições de que resultará uma nova composição parlamentar, um novo governo e uma nova proposta de OE/2022.
Para a Federação, a não aprovação do OE/2022 e a convocação de eleições para data próxima deverá ser vista pelos docentes como uma oportunidade:
- oportunidade para ter um OE/2022 que não passe ao lado dos educadores, professores e investigadores;
- oportunidade para que, finalmente, surjam respostas para os problemas que afetam os docentes;
- oportunidade para combater as políticas que provocam o afastamento dos jovens desta profissão;
- oportunidade para quebrar o gelo e o bloqueio negocial imposto pelo atual governo na área da Educação;
- oportunidade para, por fim, haver um ministro da Educação e não, apenas, um ministro para a Educação.
Para a Fenprof, suspender não significa anular! E, quando chegar a altura certa, os educadores e professores saberão dar a resposta adequada, caso o OE trilhe os mesmos caminhos do agora não aprovado!
Nota: Relativamente à greve da Administração Pública marcada para 12 de novembro, a Fenprof considera que continua a fazer todo o sentido a manutenção desta greve manter, pelo que exorta os educadores, professores e investigadores a juntarem o seu protesto e as suas exigências às dos demais trabalhadores da Administração Pública.
29 de outubro de 2021
A Fenprof e a Greve de 5 de novembro
Conferência de Imprensa | 2 de novembro | 16 horas
Coimbra | Sala da Formação do SPRC
Rua Bernardim Ribeiro, n.º 32
(junto à sede dos Antigos Orfeonistas)
Perante as recentes alterações das condições políticas nacionais e um quadro institucional complexo, os Sindicatos que constituem a Fenprof estão a realizar uma reflexão que culminará com a realização de uma reunião do Secretariado Nacional da Fenprof (2/nov). Em causa está a oportunidade as greves convocadas para 5 e 12 de novembro, pelo que o calendário reivindicativo deverá ser reanalisado. A decisão final, concertada no seio da Fenprof, será anunciada em conferência de imprensa, no dia 2 de novembro.
Ora, foi a postura antidemocrática que impulsionou o movimento sindical para convocar uma greve nacional de educadores e professores para 5 de novembro. Isto porque a Educação em Portugal passa por uma das piores situações dos últimos anos, sendo que, no que à profissão docente diz respeito, o país tem assistido a uma profunda desvalorização do estatuto profissional dos educadores e professores e a um bloqueio negocial de que não há memória e que impede a resolução dos múltiplos problemas existentes.
20 de outubro de 2021
Greve e Concentração de Educadores e Professores (5/nov)
A Fenprof decidiu convocar uma greve nacional de educadores e professores para o dia 5 de novembro, dia em que o ministro da Educação estará na Assembleia da República (AR) para defender a indefensável proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE/2022), na área da Educação.
Desbloquear a negociação
O enfoque desta greve está na exigência de retoma do diálogo e da negociação, essenciais em democracia mas negados pelos responsáveis do Ministério da Educação (ME). A proposta de OE/2022 veio confirmar o desrespeito do governo pelos educadores e professores ao ignorar em absoluto os seus problemas e o seu inestimável contributo para o sucesso dos alunos. Em regime presencial ou a distância, confirmou-se que os educadores e professores são insubstituíveis, esforçando-se empenhada e profissionalmente para que nenhum dos seus alunos fique para trás.
Valorizar a profissão docente
Num momento em que a falta de professores é um problema que ganha visibilidade, seria importante que o governo, em particular o ME, pela via do diálogo e da negociação, aprovasse medidas que promovessem uma crescente atratividade da profissão. Contudo, a atitude dos responsáveis do ME vai em sentido contrário, impondo um bloqueio negocial que se estende há anos, deixando agravar os problemas, recusando todo e qualquer processo negocial sobre matéria de muito significado para os docentes, como a carreira, designadamente recuperação do tempo de serviço, eliminação do regime de vagas ou alteração do regime de ADD; aposentação; combate à precariedade ou melhoria das condições de trabalho, pondo fim aos abusos e ilegalidades que afetam os horários de trabalho, mesmo quando, nos termos da lei, estavam obrigados a desenvolvê-los.
Respeitar os educadores e os professores
A proposta de OE/2022, apresentada pelo governo e em debate na AR é completamente omissa em medidas que visem dar resposta a estes e outros problemas que também afetam as condições de organização e funcionamento das escolas, tais como a redução do número de alunos por turma ou o reforço de recursos humanos, docentes e não docentes, das escolas. E nem os compromissos assumidos pelos responsáveis do ME, como a negociação de alterações ao regime de concursos, a ocorrer em outubro, foram respeitados, tal como estão a ser desrespeitadas as leis n.º 46/2021 e n.º 47/2021, aprovadas pela Assembleia da República para resolverem problemas de precariedade que se arrastam há muitos anos.
Defender a Escola Pública!
Os educadores e professores reclamam, ainda, a revogação do processo de municipalização da Educação que está em curso, a democratização da gestão das escolas e a criação de condições nas escolas para que a Educação seja efetivamente inclusiva.
Secretário-geral da Fenprof à TVI (20/out)