Luis Sepúlveda (1949-2020)

16 de abril de 2020

“O que mais gosto é de escrever contos, aí a imaginação voa para qualquer lugar. Mas quando me dedico ao romance sinto que é importante o esforço para conservar a memória”.

Romancista, realizador, roteirista, jornalista e ativista político, Luis Sepúlveda faleceu vítima do Covid-19.

Apoiante e admirador do presidente Salvador Allende (pertenceu à sua guarda pessoal), foi preso após o golpe de estado de Pinochet (1973), que mergulhou o Chile numa ditadura. Após três anos de presídio, seguiu-se o exílio. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Paraguai, Peru e Equador (onde viveu entre os índios Shuar). Angola, Moçambique, França, Alemanha e, naturalmente, Espanha foram outros países que constam do seu roteiro.

Na literatura, ficará, por certo, imortalizado pela obra «O Velho Que Lia Romances de Amor» (dedicado a Chico Mendes, herói da defesa da Amazónia) e pela «História de Uma Gaivota e do Gato Que a Ensinou a Voar» (obra recomendada pelo Plano Nacional de Leitura), aos quais se juntam um vasto rol de fábulas, contos e romances espalhados por mais de uma vintena de livros. Entre nós, recebeu em 2016, o Prémio Eduardo Lourenço, que distingue personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica. Curiosamente, o autor assumia que começou a escrever por influência de uma professora de História.

Em finais de fevereiro de 2020, foi diagnosticado com Covid-19, logo após ter deixado o nosso país onde participou no festival literário "Correntes d' Escritas", na Póvoa de Varzim (entre 18 e 23 de fevereiro), que, aliás, foi um dos seus principais impulsionadores.


Entrevista a Luis Sepúlveda

 

“É preciso resistir ao processo que transforma revoluções em autocracias”


Foto de entrada: Leonardo Centamo (editada)

 

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