MINISTRA DA EDUCAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

CONFRANGEDORA PRESTAÇÃO DA

MINISTRA DA EDUCAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

 

O comportamento da Ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, ontem, quando chamada à Assembleia da República para abordar as condições de abertura deste ano lectivo e apresentar justificações para o descalabro completo que foi o processo de colocação de professores, veio, por si só, confirmar plenamente a avaliação do seu trabalho apresentada pela FENPROF na conferência de imprensa que realizou em Lisboa na passada 6ª feira e que culminava com a ideia de que só o caminho da demissão é razoável para o futuro desta equipa ministerial.

As inverdades que apresentou, as hesitações em que incorreu quase sempre, a debilidade das soluções que ousou adiantar para corrigir distorções introduzidas pelas incapacidades da anterior e da sua própria equipa, a leveza com que tratou os graves problemas humanos criados a professores e suas famílias, aos alunos e à população em geral, revelam à saciedade que não está à altura de continuar responsável por uma das pastas mais sensíveis do Governo.

Ficar agarrada ao lugar e tentar pôr em prática algumas das soluções (ou sugestões?) que ontem anunciou, colocarão ao país, à educação, às escolas e aos professores dificuldades de bem maior dimensão no futuro próximo e também no próximo ano lectivo.

Avançar com a ideia de prolongar o ano lectivo, encurtar os períodos de interrupção do mesmo, ou determinar apoios educativos a algumas disciplinas, sem equacionar a solução já apresentada pela FENPROF de virem a ser definidos, de forma participada, conteúdos curriculares essenciais que coloquem todos os alunos em pé de igualdade perante avaliações de carácter nacional, é não só uma manifestação de desprezo por contributos sérios como também um indicador mais da ligeireza de raciocínio com que discorre sobre as questões da educação.

Do mesmo modo, admitir, no ano de maior contestação, desde sempre, às colocações realizadas pelo Ministério, com tantas e tão graves injustiças que, em muitos casos só serão resolvidas definitivamente pelos tribunais, que pensa proceder a reconduções por 3 anos dos professores afectos a quadros de zona pedagógica (quiçá outros ainda.) é uma proposta perfeitamente insustentável, na opinião da FENPROF, que conduziria a multiplicar por 3 os erros agora cometidos e a manter, no futuro, a instabilidade emocional e profissional em que colocou milhares de professores portugueses.

Por último, a FENPROF reafirma a sua disposição de, o mais rápido possível, com os interlocutores que venham a ser no futuro próximo responsáveis pela Educação neste país, iniciar um processo de negociação sobre todo o quadro legal que sustenta a realização de concursos de professores.

 

         O Secretariado Nacional da FENPROF

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