Bragança
AGRUPAMENTO
AUGUSTO MORENO ? BRAGANÇA
NÃO FAZ EXCLUSÃO SOCIAL DE MINORIAS ÉTNICAS
O Sindicato dos Professores do Norte sempre defendeu, sem subterfúgios,
os princípios da Escola Inclusiva, em nome da consolidação
de uma sociedade coesa, democrática e solidária, como comprovam
os documentos e resoluções do 6º Congresso realizado
na Póvoa de Varzim, nos passados dias 26, 27 e 28 de Novembro de
2003.
O actual Governo tem-se demitido do papel pivot no processo de construção
desta Escola Inclusiva, numa contra-corrente de produção
de documentos que pretendem a construção de uma escola normalizadora,
o mesmo professor, o mesmo professor, o mesmo programa, o mesmo tempo,
o mesmo ritmo, o mesmo espaço, todos a fazer a mesma coisa, no
mesmo momento, numa espécie de clonização mental
em que se espera que cada aluno seja a cópia fiel do outro.
É este governo que, munindo-se de discursos «politicamente
correctos», quer esconder a sua responsabilidade, remetendo para
a Escola Augusto Moreno, em Bragança, a culpa da segregação
e exclusão sociais.
Neste caso, não se pode colocar o enfoque na discriminação
ou segregação de uma minoria étnica, por mais que,
hábil e perversamente, o Director Regional de Educação
do Norte pretenda aí colocar a tónica primordial.
A situação deve colocar-se exactamente no ponto em que está
a ser (mal) tratada.
Há que repor a verdade dos factos.
1. A Experiência não é nova. Já tinha existência
anterior, numa escola do 1º Ciclo que agora pertence a um outro agrupamento
vertical da cidade de Bragança;
2. Que razões objectivas estão na base da imposição
desta experiência a um novo agrupamento, já com o primeiro
período do ano lectivo quase no seu término?
3. Como pode o Director Regional de Educação do Norte, num
desnorte de princípios, acusar o agrupamento de Augusto Moreno
de querer segregar e excluir, se omite conscientemente, à sociedade,
às escolas, aos pais e ao país, o verdadeiro desenvolvimento
deste processo?
4. Que mecanismos foram desenvolvidos pelo Ministério da Educação
para avaliar a experiência e que razões motivaram a mudança
desta turma para outro agrupamento?
5. De quem é, de facto, a responsabilidade da introdução
de políticas discriminatórias? Será da Escola Augusto
Moreno, como querem fazer crer o Ministério da Educação
(ME) e a Direcção Regional de Educação do
Norte (DREN)? Ou será, uma vez mais, da própria Administração,
numa tentativa de esconder erros de forma e procedimento?
Como
pode o sistema educativo funcionar eficazmente quando é confrontado
com situações de ruído que a própria Administração
introduz?
Neste caso não se está a falar, por mais que se pretenda
colocar aqui a tónica, em segregação. Pretende-se,
sim, perceber o que motiva, de facto, esta situação.
Utilizando o discurso do ME e da DREN, onde estão a transparência,
a eficácia e a eficiência do sistema administrativo regional
e local?
Neste contexto, a Direcção do Sindicato dos Professores
do Norte exige da Direcção Regional de Educação
e do Ministério da Educação o cabal esclarecimento
de toda a situação, nomeadamente sobre a mudança
da turma para uma escola de outro agrupamento e sobre o facto de estarmos
em Dezembro e os alunos em causa continuarem a ver negado o dos mais elementares
direitos constitucionais, o direito à Educação.
Pegando numa frase do Senhor Ministro da Educação, não
contem connosco - Sindicato dos Professores do Norte ? para colaborar
no encobrimento, sob a capa de um problema de discriminação,
das verdadeiras razões para a situação.
5
de Dezembro de 2003
A Direcção do Sindicato dos Professores do Norte
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