Pedro Barroso (1950-2020)

17 de março de 2020

Viva quem canta

Morreu Pedro Barroso, vítima de doença prolongada. Tinha 69 anos.

 

Professor de Educação Física, passou pela rádio e pelo teatro antes de se dedicar exclusivamente à música. A literatura e a pintura foram, igualmente, campos de intervenção do autor. Pedro Barroso foi um dos rostos das Campanhas de Dinamização Cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA), no pós-25 de Arbil, atuando em todo o país.

Revelado, como tantos outros, pelo programa Zip-Zip, com 19 anos, nunca escondeu a sua oposição ao Estado Novo e ao regime salazarista. Cantor da Liberdade gravou o seu primeiro LP, Lutas Velhas, Canto Novo, em 1976, depois de Trova-dor, um EP de 1971.

Em 2009 afirmava: “São 40 anos de emoções e de luta por um país mais culto. Investimento muito em autoestradas, mas muito pouco em cultura e às vezes é mais importante um artista em cima do palco uma hora do que um embaixador a vida inteira”. Para o “poeta de canções”, estas “têm de ter uma intenção e hoje não significam nada. Fazem-se só para vender. Eu procuro fazer coisas que fiquem”.

E ficaram! Muitas! Umas com um cariz popular, outras não tanto, mas em todas destaca-se a “conjugação entre o texto e a música”, num registo cuidado, rigoroso e único, potenciada por uma interpretação muito característica – “eu sou um artesão de canções”.

Dez anos volvidos, em 2019, Pedro Barroso, depois de constatar que “sem as canções, não tinha conhecido mundo”, em entrevista à Lusa, lembra as “gratas recordações” e o “mundo de abraços” deixados pelo seu percurso na música.

E é um abraço do tamanho do mundo que a Direção do SPN quer deixar ao autor de Viva quem Canta.


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