SPN solidário com os trabalhadores da Casa da Música

27 de janeiro de 2022

Transcrição da nota de solidariedade da Direção do Sindicato dos Professores do Norte com os trabalhadores da Casa da Música:

 

Nota de solidariedade com os trabalhadores da Casa da Música

O Sindicato dos Professores do Norte não é alheio à situação de precariedade e injustiça que têm vivido os trabalhadores da Casa da Música. E não somos alheios, porque, partilhando com estes trabalhadores o arrastamento de problemas como contratos que mascaram necessidades permanentes ou horários de trabalho abusivos, sabemos bem que a precariedade de um trabalhador ameaça a estabilidade laboral de todos.

Como tal, estamos solidários com o CENA-STE, que representa estes trabalhadores, e apoiamos a luta que tem vindo a desenvolver, a qual esperamos ver surtir efeitos a curto prazo, mobilizando o atual Conselho de Administração a inverter a postura de inflexibilidade que tem assumido, e a passar a negociar com os trabalhadores, através dos seus representantes, respeitando as suas justas reivindicações, como é expectável de uma instituição com financiamento público na ordem dos 10 milhões de euros anuais.

Manifestamos ainda profunda inquietação com as notícias que saíram a público relativamente a represálias, por parte da Fundação Casa da Música, sobre estes trabalhadores, tendo alcançado considerável visibilidade a situação de Hugo Veludo, um assistente de sala desta instituição e um dos rostos da luta desenvolvida por estes profissionais, que se viu recentemente afastado do seu trabalho. Acompanhamos a CGTP e o CENA-STE, bem como o restante movimento sindical, na solidariedade com Hugo Veludo.

Subscrevemos, assim, a posição do CENA-STE que nos foi enviada, na qual se pode ler o seguinte:

O combate ao trabalho precário é também um combate contra abusos deste tipo, praticados na Fundação Casa da Música ou em qualquer outro local. Sem um vínculo estável, sem um contrato de trabalho efectivo, os trabalhadores encontram-se à mercê de pressões e perseguições de chefias e administrações. Ainda mais grave é o facto de isto se passar numa fundação com financiamento maioritariamente público, com responsabilidades a dividir entre entidades privadas, Governo e Câmara Municipal do Porto.

As denúncias não tiveram ainda o resultado desejado. O Hugo Veludo mantém-se afastado do seu trabalho como assistente de sala. O movimento sindical português condena veementemente esta atitude da Fundação Casa da Música e apela a uma reversão imediata da decisão — em nome dos valores democráticos que não podem ser subjugados a qualquer outro interesse; em nome da liberdade de expressão; pelo direito à luta por melhores condições de trabalho.

 

 A Direção do Sindicato dos Professores do Norte

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