Balanço dos 3 primeiros dias de GREVE

SPN / SPZN

A REACÇÃO DOS PROFESSORES DO NORTE À OFENSIVA DO GOVERNO CONTRA OS SEUS

DIREITOS E A UM CLIMA DE MEDO IMPRÓPRIO DO PORTUGAL DEMOCRÁTICO

 

A greve de professores, de todos os sectores de educação e ensino, prevista

para hoje, dia 22 de Junho, em toda a Região Norte, realizou-se com uma

significativa participação dos educadores e professores, apesar destes se terem

deparado nos últimos dias com uma brutal ofensiva de pressão e intimidação

por parte do Ministério da Educação, como não há memória no Portugal de

Abril.

A principal distorção introduzida pelo Governo a esta jornada de luta foi tentar

transformá-la numa pretensa greve aos exames - objectivo nunca apresentado

pela FNE e a FENPROF, organizações sindicais que subscreveram um pré-aviso

de greve conjunto - para assim poder encontrar um campo de pressão

atentatório do direito à greve, inventando serviços mínimos para os professores

de forma ilegal, e regulando-os de maneira a transformá-los, de facto, em

serviços máximos, pela bizarra decisão de convocar todos os professores das

escolas onde estavam previstos exames.

Assim, aos muitos professores que efectivamente realizaram a greve prevista

para hoje, bem retratados nos altos níveis de adesão registados nos sectores

de ensino em que não estava prevista a realização de exames nacionais, há

que acrescentar o fortíssimo descontentamento que sabemos existir em muitos

outros que, mesmo garantindo aquilo a que o Governo chamou de "serviços

mínimos", apenas com receio de represálias anunciadas, sentem a mesma

indignação que todos perante a inusitada ofensiva que se vem desenvolvendo

sobre os direitos profissionais docentes.

Apresentam-se de seguida alguns dados recolhidos até este momento sobre a

adesão à greve que, não afectando a realização dos exames previstos, são bem

esclarecedores de como a classe docente está a reagir a esta ofensiva e ao

efectivo clima de medo instalado pelo Governo, pelo ME e pelos seus serviços.

 


RESPOSTA  EXEMPLAR

DOS PROFESSORES

DREL

Greve de Professores e Educadores - 21 de Junho 2005

Esmagadora  maioria dos Professores e Educadores da Área da DREL em Greve pela defesa da Carreira Docente e  contra as ilegalidades do  DO Ministério da Educação

Os dados da greve de professores e educadores efectuada na Região de Lisboa eram, às 11.00 de hoje, 21 de Junho de 2005, inequívocos. Não funcionaram a maioria das escolas do 1º Ciclo nem jardins de infância. Na maioria das escolas 2,3 e secundárias a adesão é superior a 70%. Tal facto não impediu a realização dos exames do 12º ano marcados para hoje. De facto, mesmo em escolas com 90% de professores em greve, um escasso número de docentes, na generalidade dos casos não porque não estejam de acordo com a justeza das posições dos sindicatos, mas por incapacidade de reacção face às ameaças, viabilizou a realização dos exames, tendo estes em muitos casos decorrido sem as mínimas exigências de qualidade e segurança.

A muito alta percentagem de adesão verificada no 1º Ciclo e Educação Pré-Escolar - cerca de 80% - parece dever-se à especificidade destes sectores, simultaneamente muito prejudicados pelas medidas anunciadas pelo ME e menos pressionados pelo clima de intimidação criado

Perante esta elevada adesão dos professores e educadores, que não se intimidaram com o verdadeiro "terrorismo psicológico" instalado pelo ME, é firme convicção do SPGL que esta jornada de luta cimentou a unidade entre os docentes criando melhores condições para prosseguir a resistência às medidas contra os professores e contra a escola pública que o governo de Sócrates tenta impor.

O SPGL, como os restantes sindicatos da FENPROF, não desistirão de denunciar a ilegalidade das medidas tomadas pelo Ministério da Educação em torno da definição dos serviços mínimos, que corporizam um claríssimo exemplo de prepotência e abuso de poder. Nesse sentido, A FENPROF dará continuidade aos processos oportunamente apresentados nos tribunais.

A luta dos docentes vai continuar porque é seu dever patriótico garantir a qualidade da escola e a dignidade da profissão que exercem.

Alguns dados exemplificativos da adesão:

ES Gil Vicente - 86%

ES Pe Alberto Neto (Sintra) - 76,2%

ES António Arroio (Lisboa) - 33%

ES Lumiar nº 1 - 60,7%

ES Fonseca Benevides - 37,5%

ES Eça de Queirós - 33,3 %

ES Emídio Navarro (Almada) - 78%

ES Prof Ruy Luís Gomes (Laranjeiro) - 70%

ES Alfredo Reis Silveira (Seixal) - 47,4%

ES Anselmo de Andrade (Almada) - 61,7%

ES da Bela Vista (Setúbal) - 80%

EB 2,3 Michel Giacometti (Qta do Conde) - 66%

EB 2,3/S José Relvas (Alpiarça) - 94,3% (em 3 não funcionou uma sala de exames)

EB2,3 Patrício Prazeres (Lisboa) - 88,1%

EB2,3 Galopim de Carvalho (Queluz) - 62,5%

EB 2,3 da Terrugem (Sintra) - 33%

ES Santa Maria do Olival (Tomar) - 52%

ES Jácome Ratton (Tomar) - 31%

EB 2,3 Febo Moniz (Almeirim) - 60%

ES Marquesa de Alorna (Almeirim) - 39%

ES Ginestal Machado (Santarém) - 67%

Agrupamewnto de Escolas Abrantes Norte - 80%

EB 2,3 Santa Iria (Tomar) - 55%

Escolas Básicas 1 e Jardins de Infância encerrados em Lisboa - 196 (balanço provisório)


DREC

ÀS MEDIDAS DO GOVERNO E À  PREPOTÊNCIA DA MINISTRA DA EDUCAÇÃO

 

No primeiro dia da Greve convocada pela FENPROF e FNE para a área da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) - dia 20 de Junho - foi clara a resposta dos professores e educadores à tentativa de imposição de medidas extremamente gravosas para os docentes. Medidas que visam congelar as carreiras e deixar de contar o tempo de serviço a prestar no próximo ano e meio; agravar as condições de aposentação; rever, sem negociar, aspectos centrais do Estatuto da Carreira Docente.

A FNE e a FENPROF reafirmam que não se tratando de uma Greve aos exames, nesta esteve presente uma grande indignação e profunda revolta dos professores contra as atitudes prepotentes e anti-democráticas da actual equipa ministerial.

Mesmo num período em que se realizam exames nacionais do 9.º e 12.º ano, a adesão dos professores dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário cifrou-se em mais de dois terços, salientando-se que na Educação Pré-Escolar e no 1.º Ciclo do Ensino Básico, sectores onde não decorreram exames, o nível de adesão foi superior a 90%. Tal, leva a concluir que se não decorressem exames neste período, os índices gerais de adesão à Greve teriam sido ainda mais elevados.

A FENPROF e a FNE repudiam a ameaça, a intimidação e coacção que o Ministério da Educação (ME) tem exercido nos últimos dias sobre os docentes, principalmente durante o fim-de-semana, levando a que muitos, ao arrepio da sua própria consciência, tivessem sido compelidos a cumprir a função que lhes foi imposta.

Relevam-se ainda muitas ilegalidades que foram cometidas, tais como: convocatórias efectuadas por telefone ou sms; vigilâncias asseguradas por professores legalmente impedidos; ausência de professores coadjuvantes em algumas escolas; inexistência de secretariados de exame ou afixação de convocatórias sob a forma de requisição.

As duas federações sindicais saúdam todos os professores, educadores e trabalhadores não docentes que, através das mais diversas formas, continuam a manifestar a sua indignação e revolta face às atitudes prepotentes e intimidatórias do Governo.

A FNE e a FENPROF indignam-se perante a afronta feita pelo ME aos docentes portugueses, sob a forma de ameaça de activação de mecanismos ilegais e intimidatórios, tais como a aplicação de faltas injustificadas ou a instauração de processos disciplinares aos que estavam nomeados para o serviço de exames caso fizessem Greve. Se o tentar, as federações assumirão a defesa desses professores.

Apesar desta Greve não se destinar a impedir a realização dos exames houve cinco escolas da região onde estes foram prejudicados (uma em Castelo Branco, uma em Coimbra, duas na Guarda e uma em Viseu).

Numa Greve que registou mais de 90% de adesão na Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo de Ensino Básico e entre 65% e 70% de adesão nos 2.º e 3.º CEB e Ensino Secundário, eis alguns dados por sector de ensino e distrito:

 

EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E
1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO

COIMBRA  
AGRUP. DE ESCOLAS DA LOUSÃ  98%
EB 1 TAVEIRO 100%
EB 1 VILA POUCA 100%
EB 1 DE RIBEIRA DE FRADES 100%
EB 1 DE ARZILA 100%
EB 1 PÓVOA DE PINHEIRO 100%
EB 1 DE CIDREIRA 100%
EB 1 S. FACUNDO  100%
EB 1 DE CIOGA DO CAMPO 100%
EB1 ALMEDINA  60%
JI S. BARTOLOMEU 100%
EB1 ANTANHOL 100%
AGRUP ZONA URBANA FIG FOZ 45%
AGRUP VERT BUARCOS 41%
EB1 ASSAFARGE 100%
EB1 CASCONHA 100%
EB1 CERNACHE  100%
EB1 FETEIRA 100%
EB1 LAGES  100%
EB1 LOUREIRO 100%
EB1 PALHEIRA 100%
EB1 ROSSIO  STA CLARA 100%
EB1 VALONGO 100%
EB1 VILA POUCA 100%
EB1 CASTELO VIEGAS 100%
JI CARVALHOSAS 100%
JI VENDAS DE CEIRA 100%
EB1 S. FURTUOSO 100%
EB1 VENDAS DE CEIRA 100%
JI AREEIRO  100%
JI PÓVOA 100%
JI S. BENTO 100%
JI PEDRULHA FECHADO
JI Nº1 SOLUM FECHADO
JI INGOTE FECHADO
EB1 Nº 16 FECHADA
EB1 AREEIRO FECHADA
EB1 S. MARTINHO 4O%
EB1 OLIVAIS FECHADA
PRÉ ESCOLAR AGRUP. S. SILVESTRE 100%
EB1 CONCELHO FIG. DA FOZ 43 ESCOLAS
ENCERRADAS
PRÉ-ESCOLAR CONCELHO FIG. DA FOZ 26 J.DE INFÂNCIA
ENCERRADOS
PRÉ-ESCOLAR CONCELHO GÓIS 100%
   
AVEIRO  
AGRUPAM. ALBERGARIA A VELHA  PRÉ-ESCOLAR  100%
PRÉ ESCOLAR AGRUP JOÃO AFONSO 70%
PRÉ ESCOLAR EIXO 100%
1 CEB AVANCA  61%
PRÉ-ESCOLAR AGRUP. CACIA 100%
PRÉ-ESCOLAR AGRUP. ESTARREJA  100%
   
CASTELO BRANCO  
EB 1 E J. INF. DOMINGUISO 100%
J. INF. PESO 100%
EB 1 E J. INF. RODRIGO 100%
EB1 N.º 1 E N.º 2 FUNDÃO 100%
EB1 TEIXOSO 100%
EB1 DE DONAS  100%
   
GUARDA  
EB 1 S. ROMÃO - SEIA 100%
EB 1 STA ZITA 100%
   
LEIRIA  
EB 1 ILHA DE CIMA 100%
JI CORREDOURA FECHADA
EB1 HELENOS FECHADA
EB1 FETEIRA FECHADA
EB1 S. JORGE - PORTO DE MÓS  FECHADA
JI POUSOS FECHADA
   
VISEU  
EB 1 VOUZELA 88%
EB1 DO SATÃO 75%
JI SATÃO 67%
AGRUPAMENTO SATÃO 1º CICLO 79%
AGRUPAMENTO SATÃO PRÉ-ESCOLAR 83%
   

2.º E 3.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO
E ENSINO SECUNDÁRIO

COIMBRA  
EB 2/3 MONTEMOR-O-VELHO 60%
ESCOLA SECUNDÁRIA D. DINIS 62%
EB 2/3 LOUSÃ (SEM EXAMES) 92%
EB 2/3 INÊS DE CASTRO 68%
EB 2 PENACOVA 80%
EB 2/3 ALICE GOUVEIA 68%
SEC. JAIME CORTESÃO 78%
SEC. ARGANIL 50%
SEC.PENACOVA 52%
EB2/3 INFANTE D.PEDRO F.FOZ 40%
ES OLIVEIRA DO HOSPITAL  47%
ES MONTEMOR-O-VELHO 50%
   
AVEIRO  
ESCOLA SECUNDÁRIA ESTARREJA 70%
SEC. DR CARLOS CELESTINO GOMES 44%
SEC.MEALHADA 48%
EB 2/3 CACIA 80%
EB 2,3 DE ESTARREJA 41%
   
CASTELO BRANCO  
EB 2/3 CIDADE DE CASTELO BRANCO 64%
EB 2,3 + S PEDRO ALV. CABRAL 70%
SEC AMATO LUSITANO 43%
EB2/3 + S PENAMACOR 59%
   
GUARDA  
EB2/3 SEQUEIRA (SEM EXAMES) 93%
SEC AF. ALBUQUERQUE (1 SALA S/EXAMES) 95%
EB 2/3 SEC VILAR FORMOSO 35%
EB2/3 TRANCOSO 51%
EB 2/3 MEDA  61%
   
LEIRIA  
EB2/3 CASTANHEIRA DE PERA 88%
SECUNDÁRIA DA BATALHA 50%
EB 2/3 D. DINIS 43%
   
VISEU  
EB 2/3 S. PEDRO DO SUL 60%
EB 2/3 DO SÁTÃO  64%
EB 2/3   LUIS LOUREIRO - SILGUEIROS 47%
EB 2/3 CARAMULO (Não se realizaram exames) 87%
O Secretariado Nacional da FENPROF

O Secretariado Executivo da FNE

Partilha