Concursos: Sec. de Estado deve demitir-se

Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF

Secretário de Estado deve tomar a
iniciativa de se demitir

Secretário de Estado da Administração Educativa
sem dimensão ético-política para o ser

Revista de imprensa: conheça a posição da FNE sobre esta exigência da FENPROF
Concursos 2003

O Secretariado Nacional da FENPROF, analisando a forma como tem vindo a decorrer o processo de colocação de professores, exige que o Ministério da Educação, e nomeadamente o Secretário de Estado da Administração Educativa, assuma a responsabilidade política pelos atrasos, ilegalidades e erros que têm vindo a prejudicar milhares de alunos e professores e a perturbar gravemente a vida das escolas.

Em 3 de Setembro, data de saída das colocações relativas à 2ª parte do concurso de professores dos 2º e 3º ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário, a FENPROF alertou para o atraso verificado e para as inúmeras irregularidades nas colocações, sem precedentes em anos anteriores.

Em resposta às denúncias da FENPROF, o Ministério da Educação adiantava que 99% dos professores necessários estavam já colocados, tendo o Secretário de Estado da Administração Educativa acusado a FENPROF de, sob a capa de uma postura pretensamente ?angelical?, levar a cabo uma ?estratégia diabólica? para perturbar o início do ano lectivo, procurando denegrir, de forma soez, a imagem da Federação e dos seus dirigentes.
Ora, foi o próprio Ministério da Educação que, um mês depois, (3 de Outubro), veio anunciar que iria proceder à colocação de 4.000 candidatos - objectivo que ficou longe de ser alcançado - reconhecendo, de forma implícita, que cerca de 300.000 alunos estiveram sem um ou mais professores durante várias semanas.

Exigindo que o Ministério da Educação respondesse às reclamações relativas ao processo de colocações de 3 de Setembro, a FENPROF alertou para novas irregularidades na 3ª fase do concurso.

O tempo veio provar a razão dos alertas da FENPROF, já que a confusão se acentuou a partir do momento em que o Ministério da Educação transferiu para as escolas a responsabilidade pelo processo de recrutamento ? tarefa praticamente impossível face à desorientação da administração educativa, que não deu a conhecer as opções de concurso dos candidatos, o que obrigou os órgãos de gestão das escolas a dispender tempo e recursos materiais e humanos em centenas de telefonemas infrutíferos.

Face ao insucesso deste procedimento, foi remetida nova orientação no sentido de que fossem as escolas a publicitar as vagas existentes e a seleccionar os candidatos, o que teve como consequência a multiplicação de ?mini-concursos? escola a escola, chegando algumas a receber centenas de candidaturas para um único lugar.

Todo este processo comprovou a incapacidade de pôr em prática uma nova mecânica de concursos, para já ainda só parcialmente aplicada, e revelou a incompetência política e técnica do Ministério da Educação e, em particular do Secretário de Estado da Administração Educativa, responsável directo por estes concursos.

O mesmo Secretário de Estado que insultou a FENPROF, acusando-a de propósitos obscuros e de falsear a realidade, não foi capaz de assumir a responsabilidade pela perturbação no funcionamento das escolas e pelos graves prejuízos causados a milhares de alunos e professores. Por esse motivo, a FENPROF considera que o Secretário de Estado da Administração Educativa não tem a dimensão ético-política exigida ao exercício das suas funções, pelo que deveria tomar a iniciativa de apresentar a sua demissão.

Lisboa, 24 de Outubro de 2003

O Secretariado Nacional

Partilha