ESTABILIDADE PROFISSIONAL, VALORIZAÇÃO SALARIAL E RESPEITO PELOS DOCENTES SÃO EXIGÊNCIAS DA FENPROF
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       Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF  | 
  
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       ESTABILIDADE PROFISSIONAL, VALORIZAÇÃO SALARIAL E RESPEITO PELOS DOCENTES SÃO EXIGÊNCIAS DA FENPROF Posição
      do Secretariado Nacional O Secretariado Nacional
      da FENPROF, reunido em 8 e 9 de Novembro, analisou, entre outras matérias,
      o processo negocial relativo às questões que se prendem com Quadros e
      Concursos, com as negociações do Ensino Superior e com a revisão
      salarial cuja negociação se processa no âmbito da Frente Comum.
      Para além destas questões , o Secretariado Nacional analisou ainda as
      recentes declarações do Secretário de Estado da Educação a respeito
      das pausas lectivas. As principais
      conclusões do debate levado a cabo pelo Secretariado Nacional (SN) são
      as seguintes: 1.
      ESTABILIDADE PROFISSIONAL O processo negocial
      relativo a Quadros e Concursos está a decorrer em moldes
      inequivocamente negativos, constatando-se, neste momento, um profundo
      desacordo entre as posições defendidas pela FENPROF e as propostas avançadas
      pelo Ministério da Educação, algumas das quais não respeitam os
      compromissos assumidos pelo ME em Junho passado. Por outro lado, a FENPROF
      regista, com surpresa, já no decurso do processo negocial, alguns
      retrocessos da 1ª para a 2ª versão do ante-projecto de diploma. O
      Ministério da Educação retoma, por exemplo, um aspecto muito negativo e
      desde sempre recusado pela FENPROF ? as reconduções. Igualmente
      inaceitável é a posição do ME de eliminar da mesa de negociações uma
      questão tão importante como os destacamentos por concurso. De outro ângulo,
      verifica-se também uma ofensiva contra o Acordo quando se comprova que o
      Ministério da Educação pretende valorizar os Quadros de Zona Pedagógica
      em detrimento dos Quadros de Escola, sendo certo que, em Junho, ambas as
      partes aceitaram que a estabilidade profissional dos docentes passava
      prioritariamente pela valorização e redimensionamento dos Quadros de
      Escola. A este respeito é significativo que as regras propostas para
      a abertura de lugares de quadro de escola, inicialmente já insuficientes,
      tenham sofrido mais restrições na última versão entregue aos
      sindicatos. Acresce ainda que a questão da estabilidade do corpo docente
      das escolas continua profundamente afectada pela ausência da regulamentação
      dos incentivos a atribuir aos professores colocados em zonas
      desfavorecidas. Relativamente a questões
      mais específicas, se é certo que o SN considera como um aspecto
      positivo o facto de milhares de professores acederem à vinculação, não
      deixa, no entanto, de manifestar o seu total desacordo com a proposta do
      ME de integrar, sem concurso, esses professores nos Quadros de Zona
      Pedagógica.   2.
      NEGOCIAÇÕES NO ENSINO SUPERIOR A FENPROF exige o
      reatamento das negociações interrompidas há já quase 5 meses,
      relativas à revisão das carreiras e ao cumprimento do Acordo Salarial de
      1996. Nestas negociações a
      FENPROF exige que o Governo não recue perante os compromissos que já
      assumiu e que vá mais longe, aceitando: a) a criação de quadros
      de dotação global que inclua todas as categorias, como forma de
      desbloquear as promoções; b) a efectiva consagração
      do direito à estabilidade de emprego na Administração Pública, após
      um período probatório; c) a concretização rápida
      do reajustamento salarial de 5% em dívida; d) a entrega às instituições
      dos Orçamentos Padrão de forma a melhorar a qualidade do ensino e a
      permitir as renovações e as contratações necessárias, bem como as
      promoções nas carreiras.   3.
      VALORIZAÇÃO SALARIAL O Secretariado Nacional
      da FENPROF manifesta a sua profunda preocupação perante um calendário
      negocial relativo aos salários na Administração Pública em tudo
      semelhante ao do ano anterior, o mesmo é dizer, avesso à transparência
      de processos e manipulador de regras democráticas de diálogo
      construtivo. Manifesta ainda a sua
      firme recusa de qualquer perspectiva de aumentos salariais para 2002 que
      prossigam o caminho de diminuição do poder de compra dos trabalhadores
      trilhado nos 2 últimos anos e o apoio à proposta de 6% de aumento
      salarial proposta pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública. O Secretariado Nacional
      da FENPROF decidiu ainda manifestar o seu mais veemente protesto pelo
      facto do Gabinete de Gestão Financeira do ME ter, mais uma vez, adiado a
      actualização dos índices salariais dos professores e mantido suspensas
      todas as mudanças de escalão inerentes à progressão na carreira
      exigindo a rápida normalização desta situação. Nesse sentido ? por não
      ter sido cumprido o compromisso do Ministro da Educação de
      desbloqueamento no mês de Novembro ? o abaixo-assinado posto a circular
      pela FENPROF, e que já recolheu milhares de assinaturas, será entregue
      no ME no próximo dia 23 de Novembro.   4.
      RESPEITO PELOS DOCENTES   Secretário
      de Estado da Educação deve demitir-se A
      Federação Nacional dos Professores (FENPROF), como a entidade mais
      representativa dos professores e educadores portugueses, não pode deixar
      de manifestar o seu mais profundo repúdio pelas declarações de João
      Praia, Secretário de Estado da Educação, a propósito da pausa lectiva
      entre 28 de Outubro e 2 de Novembro, pausa há muito prevista no calendário
      escolar para o ano lectivo de 2001/2002. Mais do que a sua opinião
      sobre a pausa lectiva o que em nosso entender é absolutamente inaceitável
      é que o Secretário de Estado tenha feito coro (ou pelo menos tenha
      sustentado) com os que tentam passar para a opinião pública a imagem de
      que os professores não trabalham, não têm brio profissional e só
      pensam em férias. O Secretário de Estado
      devia ter informação suficiente sobre o enorme peso de reuniões e outro
      tipo de actividades com que os professores se confrontam para viabilizar a
      reorganização curricular que, de uma forma precipitada, o ME generalizou
      para o 1º e 2º Ciclos e apressadamente lançada também por inúmeras
      escolas do 3º ciclo. Devia estar informado do ritmo violento de trabalho
      imposto a professores e alunos do ensino secundário, particularmente no
      12º ano. Um Secretário de Estado
      da Educação não pode ignorar estes dados objectivos mas sobretudo não
      pode contribuir para denegrir injustamente a imagem social dos professores
      e educadores, afinal, o verdadeiro pilar do sistema de ensino. O Secretário de Estado
      da Educação prestaria um bom serviço à Educação e ao Ensino se
      tomasse a iniciativa de se demitir. É isso que o Secretariado Nacional da
      FENPROF lhe sugere.   5. VIOLÊNCIA NA ESCOLA
      EB 1,2 S. JOÃO DE DEUS, NO PORTO Face
      à situação que está a ser vivida na Escola EB 1,2 S. João de Deus, em
      que se têm vindo a intensificar os casos de violência exercida sobre os
      professores, a FENPROF afirma a sua solidariedade para com os docentes
      desta escola e exige que a Administração Educativa tome medidas no
      sentido de garantir a integridade física e a dignidade dos professores, e
      de envolver outras entidades para que se desenvolvam estratégias de
      intervenção que enfrentem um problema que é eminentemente social.  Lisboa
      , 9 de Novembro de 2001              
      O Secretariado Nacional 
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