FENPROF exige avaliação externa e imparcial

FENPROF propõe ao Governo e ao M.E. avaliação externa das medidas em curso da educação

Em reunião realizada ontem dia 12 de Dezembro com as organizações sindicais de docentes, a Ministra da Educação fez um balanço da actividade desenvolvida na área sob sua tutela e apresentou as suas intenções quanto a medidas a adoptar no futuro.

A intervenção da Ministra não conteve qualquer novidade, tendo sido reafirmadas as medidas ontem anunciadas pelo Primeiro-Ministro, com especial destaque para a alteração do modelo de direcção e gestão das escolas. Sobre esta matéria, a FENPROF não só lamentou o facto de o Governo do PS recuperar, no essencial, as propostas do Governo PSD/CDS que foram vetadas pelo Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, como recordou que propostas semelhantes foram declaradas inconstitucionais quando, na Região Autónoma da Madeira, a Assembleia Legislativa Regional aprovou um regime de gestão semelhante. Para a FENPROF o mês que o Governo prevê para discussão pública desta matéria é, já de si, insuficiente, mas ainda mais se parte desse período coincidir com as festas natalícias que se aproximam (segue em anexo posição da FENPROF que, no final da reunião, foi entregue à Ministra da Educação).

No que respeita à avaliação positiva que o ME faz das medidas que tomou, estas esgotam-se na dimensão estatística. Uma dimensão importante, mas muito perigosa quando não se consideram outras dimensões.

A FENPROF reafirmou a necessidade de uma avaliação qualitativa dos resultados. Os portugueses têm o direito de saber se os problemas estão a ser (bem) resolvidos ou apenas disfarçados com manobras que produzem efeitos estatísticos. Nesse sentido, a FENPROF propôs, em carta dirigida e entregue à Ministra da Educação (segue cópia em anexo), a realização de uma avaliação externa das medidas tomadas, sendo, para isso, convidados avaliadores, nacionais ou internacionais, validados pelas duas partes.

As medidas avaliadas positivamente deverão ser aprofundadas, as que o forem negativamente, deverão ser corrigidas ou substituídas. É convicção da FENPROF que uma análise séria, rigorosa e independente contribuirá para demonstrar que os verdadeiros resultados daquelas medidas farão ruir o discurso optimista do Governo e do ME relativamente ao rumo positivo que, alegadamente, a Educação percorre.

O Secretariado Nacional

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