E@D – Fenprof entrega aos partidos os resultados do questionário

9 de junho de 2020

Fenprof entrega aos partidos os resultados do questionário sobre E@D

Aproveitando a deslocação à Assembleia da República, a Fenprof entregou a todos os grupos parlamentares o documento contendo os resultados do questionário sobre E@D dirigido aos professores, tendo os representantes da Federação destacado as principais preocupações dos docentes: aprofundamento das desigualdades entre alunos e cansaço e exaustão extremos dos professores. 

A Fenprof referiu, ainda, o alheamento da tutela em relação às condições dos docentes para o teletrabalho e propôs aos partidos políticos que aprovassem a possibilidade de serem consideradas, em sede de IRS, as despesas que estes fizeram para poderem dar as respostas que lhes foram exigidas, como, por exemplo, em equipamentos informáticos.


8 de junho de 2020

Fenprof divulga resultados finais

Professores assinalam aumento das desigualdades e cansaço extremo

“Desigualdades” e “cansaço extremo” são expressões que se repetem, com os professores a fundamentarem as posições que assumem e a deixarem uma frase que, de forma quase lapidar, sintetiza a opinião da esmagadora maioria: “A escola não é isto, nem nada que se pareça”.

A Fenprof pretendeu saber a opinião dos professores sobre o teletrabalho ou, usando a designação oficial, o ensino a distância, para o qual os publicitários encontraram a sigla E@D, tentando passar uma ideia de modernidade, quiçá, a Educação do admirável mundo novo, que teria agora a oportunidade de se revelar.

As respostas dos professores não deixam dúvidas, com a opinião maioritária a resumir-se numa afirmação que se poderá tornar icónica: O ensino não é isto, nem nada que se pareça!

Apesar disso, os professores, como sempre, foram solidários com os alunos e colocaram ao seu serviço as casas, o computador, a Internet, o telemóvel e, até, a sua privacidade. Fizeram-no porque, desde cedo, perceberam que a tutela não estava a fazer a sua parte. Não a de emitir ordens, orientações, circulares, disposições, plataformas ou aplicações, pois essas têm jorrado em cascata, mas a de, atempadamente, criar condições efetivas para o que designou por E@D. Deixou cada um à sua sorte e todos por sua conta.

Nas respostas abertas, há dois tópicos que os professores destacam:

  • desigualdade entre os alunos, que se agravou, em alguns casos, perigosamente. Assinalam, como principais razões, a falta de apoios, que, para alguns, são absolutamente indispensáveis e, também, as questões de ordem social que, já tendo contornos graves, se tornaram ainda mais problemáticas, com dois milhões de trabalhadores a ficarem em layoff ou no desemprego. Esta situação tem forte repercussão no funcionamento das famílias, designadamente no acompanhamento dos filhos;
  • desgaste dos professores, que manifestam enorme cansaço, decorre de diversos fatores, que vão da necessidade de adaptação a um modelo inédito de atividade até ao facto de ser bastante mais complicado, estando distante, acompanhar todos os alunos e satisfazer as necessidades educativas específicas de cada um; contribui, ainda, para este desgaste o facto de a atividade profissional ter tomado conta de todas as horas do dia e, ao invadir a casa de cada professor, dificultar a sua indispensável e saudável separação da vida familiar.

Confirma-se que, a meio do terceiro período letivo, mais de metade dos docentes ainda não tinha conseguido contactar com todos os seus alunos; apesar disso, mais de dois terços avançaram novos conteúdos curriculares, impelidos que foram pelas direções de algumas escolas e pelo ministério da Educação; porém, de entre esses docentes, é significativo o número dos que afirmam não considerar esses conteúdos na avaliação que farão dos seus alunos. Conscientes dos défices que se verificarão no final do presente ano letivo, os professores consideram inevitável, em 2020-2021, tê-los em conta, tentar superá-los e reforçar os apoios pedagógicos aos alunos.

O próximo ano letivo, pelo menos no início, continuará condicionado por medidas de segurança sanitária, com implicação na constituição de turmas, no resguardo de doentes de risco, nos horários dos professores, na higienização de instalações, nas condições de trabalho e de segurança de toda a comunidade escolar, entre outros aspetos que terão de ser considerados nos diplomas relativos à constituição de turmas e à organização do ano letivo 2020-2021.

(Ver síntese das respostas abertas do questionário E@D)

7 de maio de 2020

Questionário sobre E@D — Resultados preliminares

Mais de 4 mil educadores e professores já responderam ao questionário lançado pela Fenprof e acusam Ministério da Educação de falta de apoio

Relativamente ao designado ensino a distância, a Fenprof lançou, há uma semana, um questionário destinado a conhecer a opinião dos docentes, bem como as principais dificuldades com que se confrontam e eventuais propostas de superação.

A recolha dos questionários decorre até 11 de maio, mas a participação dos professores está a ser muito expressiva, encaminhando-se, já, para as 4.000 respostas. Sem prejuízo da divulgação posterior dos resultados definitivos, há, contudo, linhas gerais que já se percebem, tendo em conta a opção dos professores nas suas respostas. Assim, estes:

  • Consideram que o E@D agrava as desigualdades (94% manifestam essa opinião), com 93% a considerarem necessário, na organização do próximo ano letivo, ter em conta os défices deste ano;
  • Aquele agravamento, que põe em causa a natureza da própria Escola Pública, também resulta do facto de a quase 56% dos professores não ter sido possível, até agora, contactar com todos os alunos/crianças, totalmente ou no âmbito das atividades síncronas;
  • Os professores também manifestam grande preocupação em relação aos alunos/crianças com necessidades educativas especiais. Cerca de 60% dos docentes consideram que o apoio que está a ser prestado fica aquém do adequado, o que decorre da impossibilidade de trabalhar diretamente com os alunos/as crianças. Confirma-se, assim, a necessidade de ser preparada uma resposta de apoio reforçado a estes alunos logo que eles regressem às escolas, alguns ainda este ano e a maioria no início do próximo ano letivo;
  • Sobre o recurso à televisão, 54% consideram que, na atual situação, este é um recurso positivo, identificando, contudo, insuficiências e dificuldades que resultam de desajustamento entre os conteúdos apresentados e as aprendizagens já realizadas ou por realizar, problema que é agravado pelo facto de os conteúdos das aulas apresentadas não serem do conhecimento dos professores com o tempo necessário para uma adequada preparação da atividade com os alunos;

Duas últimas notas relativamente à perceção dos docentes sobre o grau de exigência do E@D comparando com o presencial, bem como o apoio que têm sentido na sua atividade:

  • Quanto ao grau de exigência, 66% dos professores considerou o E@D mais exigente e só 20% considerou menos exigente; os restantes professores dizem ser um grau de exigência semelhante ao que já tinham;
  • Relativamente ao apoio que têm sentido, os professores afirmam ser o Ministério da Educação quem lhes dá menos apoio. Só 19% refere sentir apoio do ME, contrastando com os 65% que dizem ser apoiados pelas escolas e 57% pelos pais e encarregados de educação.

22 de abril de 2020

Teletrabalho e ensino a distância

Fenprof lança questionário sobre as condições de exercício da profissão

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Para melhor acompanhar os docentes nesta nova situação e conhecer as dificuldades por que estão a passar, bem como a avaliação que fazem, designadamente, do apoio que têm tido, a Fenprof divulga um QUESTIONÁRIO, com o qual pretende fazer um levantamento da opinião e da situação dos docentes em relação a esta nova realidade. A divulgação dos resultados acontecerá no início de maio.


 


Este ano letivo é completamente atípico e estranho, pois com a pandemia que afeta o mundo, o nosso país foi obrigado a dar respostas excecionais para este tempo invulgar.

O encerramento de escolas era uma inevitabilidade, indispensável para travar o contágio e evitar que o número de mortes atingisse valores ainda mais trágicos, como em outros países, sendo essa a razão por que a Fenprof, depois de participar, em 7 de abril, na reunião, promovida por Presidência da República, Assembleia da República e Governo, com epidemiologistas e especialistas de saúde pública, apresentou ao Ministério da Educação, em 8 de abril, propostas que, de uma forma geral, convergem com as medidas que foram anunciadas no dia 9 e integram o DL n.º 14-G/2020, de 13 de abril.

É claro que o encerramento de escolas colocou os docentes perante novas exigências, obrigando-os a desenvolver competências até agora menos necessárias e a fazer um grande esforço para garantir que todos os alunos continuem a contar com um apoio e acompanhamento que, bem sabemos, não será possível garantir com a mesma adequação. Não é igual trabalhar-se com os alunos a distância ou com todos presentes em salas de aula, fisicamente identificadas como tal.

É natural que, perante uma situação inédita, como esta, muito do que está a ser feito necessitará de ser ajustado ou mesmo alterado. A Fenprof, neste tempo estranho, continuará a intervir junto do Ministério da Educação (como já fez em relação à avaliação do desempenho, formação contínua, observação de aulas e progressão nas carreiras, para garantir que não haverá penalizações), apresentando propostas para melhorar as condições de trabalho dos professores.

Nesse sentido, a Federação, com recurso ao correio eletrónico e aos sites dos sindicatos e da Fenprof, bem como às redes sociais, disponibiliza um questionário no qual é solicitado aos docentes que respondam e façam chegar as suas opiniões, preocupações e sugestões sobre o trabalho desenvolvido a distância, as quais constituirão a base das posições e propostas que a Fenprof apresentará ao Ministério da Educação.

No questionário enviado aos docentes, a Fenprof entendeu dever referir, ainda, que, embora o ME tenha celebrado um protocolo com a empresa Thumb Media, parceira em Portugal da YouTube, incentivando os professores a gravarem as suas aulas, pondo-as a circular naquela rede, não só manifesta sérias reservas em relação a esse tipo de procedimento, pelas mais variadas razões, que vão dos direitos de imagem à apropriação indevida de trabalho intelectual, como quanto à eventual utilização abusiva das gravações, no todo ou em parte, que, como já se conhece, introduzem um novo fator perturbador.

Anexos

E@D - apresentação das conclusões do estudo E@D - Estudo "A Perceção dos Professores" Professores em trabalho a distância (tablet)

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