Greve
da Administração Pública
1. A FENPROF saúda todos os trabalhadores da
Administração Pública e particularmente os docentes
e trabalhadores não docentes das escolas pela extraordinária
greve hoje realizada.
2. A resposta dada às gravíssimas medidas políticas,
de natureza geral e sectorial, apresentadas pelo Governo é uma
inequívoca manifestação do desagrado com que elas
foram recebidas pelos cerca de meio milhão de trabalhadores que
mostraram hoje ao poder político e ao país a sua firme e
inquebrantável disposição de lutar pelos seus direitos
e por uma legislação de onde não sejam apagados,
da forma mais iníqua, os mais elementares princípios de
justiça social.
3. Toda a comunicação social pôde ver que o sector
do ensino ficou hoje ?de pantanas?, com um elevadíssimo
número de escolas fechadas ou sem funcionar (no 2º e 3º
ciclos e no ensino secundário o número cifra-se em 90%),
muitas a funcionar precariamente, com adesões à greve por
parte dos professores que ronda os 80%.
4. Porém, a FENPROF afirma, desde já, que a guerra dos números
é algo de secundário perante a indesmentível realidade
de que a face do país, das grandes e pequenas cidades e de muitas
vilas, mudou significativamente com a greve da Administração
Pública.
5. Se o Governo fizer orelhas moucas ao formidável protesto que
esta greve representa arrisca-se irremediavelmente a ver cair sobre a
sua política, e a breve prazo, uma violenta mas justa recusa e
um indignado repúdio produzidos pelos trabalhadores portugueses
? dos sectores público e privado ? e pela sociedade
em geral.
6. A FENPROF confia firmemente nos educadores e professores e tem a certeza
de que nesse dia eles estarão na luta a engrossar com a força
da sua voz o clamor de um enormíssimo NÃO à mais
gravosa e regressiva política desenvolvida por um Governo saído
do após 25 de Abril.
Os trabalhadores portugueses
acabarão por vencer porque só é derrotado quem desiste
de lutar!
O Secretariado Nacional
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