MOLIN

Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF

MOLIN

Tenho à minha frente um conjunto de marcadores ?Molin?. Úteis para sublinhar, para escrever ?grosso?, para fazer cartazes...

Não lhes encontro defeitos; dizem-me mesmo que os produtos ?Molin? ? que não só os marcadores ? são de reconhecida qualidade e têm mercado garantido.

Soube pela televisão que a Molin vai fechar. Não por falta de qualidade nem de mercado. Parece que os ?investidores? (refinado eufemismo, valha-nos Deus) descobriram que podem ganhar mais explorando mão-de-obra quase escrava lá para o Oriente.

Dezenas de alunos não vão ter a coragem necessária para escrever: profissão do pai/mãe: desempregado(a). Dezenas de professores talvez não percebam qual a causa da súbita quebra no aproveitamento de uns tantos alunos, ou mesmo do abandono de outros.

Será que o ?direito? ao lucro máximo justifica a condenação destes trabalhadores? Até quando o ?direito? ao lucro máximo justificará o apoio a regimes que fazem da escravatura e do trabalho infantil uma prática quotidiana?

Vem aí o Natal. Não me espantaria que os humaníssimos investidores enviassem aos trabalhadores da ?Molin? um cartãozinho de boas festas e uma prenda. Em nome da caridade e do amor ao próximo.

António Avelãs
Dirigente da FENPROF


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