O papel e a acção dos sindicatos na resposta aos novos e difíceis desafios que vivemos

O último de seis seminários preparatórios do 7.º Congresso do Sindicato dos Professores do Norte (SPN) decorreu em S. João da Madeira (distrito de Aveiro), na manhã de sábado, 11 de Dezembro.

“Uma identidade profissional docente dignificada, assente num sindicalismo autónomo, vivo e actuante” foi o mote para o debate deste seminário, dinamizado pelas comunicações de José Augusto Cardoso e Isabel Baptista. A iniciativa decorreu no auditório do Museu da Chapelaria. O debate foi moderado por Manuela Silva, dirigente do SPN.

José Augusto Cardoso, professor do 2.º Ciclo na Escola EB2/3 de Souselo (Cinfães), analisou os principais documentos, textos políticos e normativos legais, a começar pelo Estatuto da Carreira Docente, que enquadram a situação socioprofissional dos docentes e alertou para os efeitos de uma “cultura competitiva de lógica individualista” na avaliação do desempenho, que vai contra a profissionalidade docente.

Na última parte da sua intervenção chamou a atenção para o papel do sindicalismo docente face aos desafios do presente e do futuro, observando a dado passo:

“Precisamos de um sindicalismo mais político, menos sectorial e mais solidário, de um sindicalismo de mensagem integrada  e alternativa civilizacional, onde tudo se encontra imbricado com tudo: trabalho e meio ambiente, trabalho e sistema educativo, trabalho e necessidades culturais de ordem colectiva, trabalho e Estado-providência, trabalho e terceira idade, etc”.

O papel do sindicalismo seria depois retomado na comunicação de Isabel Baptista. A docente da Universidade Católica do Porto lembrou também que a “a escola é uma instituição de referência que tem sido mal tratada” e destacou a intervenção docente na defesa de uma escola pública de qualidade.

“A escola é um local de ruptura” e tem responsabilidades fundamentais na construção da cidadania, lembrou a directora de “a página da educação”, que abordou ainda os desafios da deontologia e da ética profissional dos professores.

“Quem está fora não faz ideia do que é o trabalho do professor”, registou noutra passagem. “Estão aí momentos muito difíceis com ataques vindos de todos os lados. A acção dos sindicatos é e será fundamental nessa difícil situação”, salientou Isabel Baptista.

Após as comunicações dos dois convidados, desenvolveu-se um dinâmico período de debate em que se sublinhou, entre outros aspectos, a importância do trabalho dos delegados e activistas sindicais nas escolas, onde é preciso reforçar solidariedades e resistir aos ventos de autoritarismo que vão soprando em muitas situações do dia-a-dia. / JPO

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