Revista de Imprensa
Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF |
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24989 Docentes Profissionalizados ficaram sem colocação "Revista de Imprensa" O SPN apresenta algumas das notícias que hoje foram publicadas, tendo por base o trabalho feito pelo SPN.
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Contratados sofrem com poupanças
Outra "medida economicista", apontada por João Paulo Silva, foi a decisão de fazer regressar às escolas os professores que estavam a prestar serviços na administração central e regional. Sendo docentes com vínculo, "quem sofre com esta situação são os contratados, que deixam assim de ter lugar", explica. Ainda que, reconhece, não seja possível encontrar emprego para tantos candidatos, existem medidas que poderiam resolver, em parte, o problema dos docentes sem emprego. "Menos alunos por turmas e menos turmas por professor são medidas que há muito preconizámos", afirma o dirigente, que relembra ainda a aplicação da lei geral do trabalho aos professores, com vinculação depois do terceiro ano de serviço. Público Desemprego aumenta 27 por cento Trinta e oito mil professores sem colocação Os resultados da segunda fase do concurso de colocação de professores contratados para as escolas do ensino básico e secundário, divulgados na Internet na passada sexta-feira, deixaram 38.208 docentes de fora. O desemprego entre os professores cresceu 27 por cento em relação ao ano passado. SIC Sem colocação:Quarenta mil professores fora das salas de aula Cerca de 40 mil professores do ensino básico e secundário ficam este ano lectivo fora das salas de aulas. O desemprego na docência aumenta 27 por cento em relação a 2001. Um cenário que afecta todas as disciplinas. Na corrida às escolas concorreram este ano 41.089 professores. Apenas 2433 ficaram colocados. Ao todo são 38.208 docentes que este ano lectivo não tiveram colocação na segunda parte do concurso (a primeira destina-se à vinculação dos quadros da escola ou de zonas pedagógicas). Em 2001, 30.084 não conseguiram ser colocados. Este valores representam um aumento de 27 por cento no desemprego no sector da docência no que se refere ao ensino básico e secundário. São profissionalizados e professores com habilitação própria sem escola para leccionar. Dos valores deste ano, 25 mil docentes são considerados profissionalizados. Ou seja, professores que frequentaram um curso superior para leccionar e realizaram o respectivo estágio. Deste numero seis mil são recém-licenciados. Mas grande parte diz respeito a professores com mais de dois anos de serviço. Alguns dos docentes colocados enfrentam ainda um problema. É que não lhes foi atribuído qualquer horário. São professores que fazem parte de quadros de zona pedagógica, mas que ainda não têm escola para leccionar. Quanto a disciplinas, o desemprego não escolhe áreas. As letras são, por norma, as mais afectadas pela falta de colocação de professores. São mais de três mil professores de Português que este ano lectivo não vão leccionar no ensino secundário. Quase 2700 docentes de Inglês/Alemão ficam igualmente afastados das salas de aulas. Do lado das ciências o cenário é o mesmo. A Matemática é um dos exemplos. Quase 3400 docentes ficam de fora das contas do 2º e 3ºciclos do ensino básico e do secundário. João Paulo Silva, dirigente do Sindicado de Professores do Norte, explica a situação dizendo ao Diário de Notícias que "não há mercado de trabalho para tanta gente". Fala ainda de uma falha a nível da formação: "não há planificação e, no ensino superior, estão a formar-se muitos mais professores do que aqueles que são necessários". IOL
Encerrar cursos superiores de formação de professores, reduzir o numerus clausus ou fazer um estudo prospectivo sobre as necessidades do sistema nos próximos anos. Estas são algumas das soluções apontadas por quem estuda o ensino superior, e por quem representa alunos, docentes e directores de escolas de educação. O presidente do Conselho de Investigação de Políticas do Ensino Superior, Alberto Amaral, é peremptório: «Falta uma componente de regulação do sistema que deveria tornar público informações fidedignas, nomeadamente as que dizem respeito às saídas profissionais. Se isto funcionasse as coisas aconteciam por si e alguns cursos já teriam encerrado». Tendo em conta que a taxa de natalidade está a diminuir, sublinha Alberto Amaral, é natural que o número de alunos esteja a diminuir e haja excedente de professores. Como tal, acrescenta, «nos próximos tempos vamos assistir a uma diminuição da procura em determinados cursos e as mulheres vão começar a procurar outras áreas». Mas este excesso de profissionais não se verifica apenas na docência, alerta Alberto Amaral, «já se verifica nos licenciados em Direito, e vai acontecer também em Arquitectura, Tecnologias da Saúde e Medicina Dentária». Opinião contrária tem Sérgio Raposo, presidente da Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP), que defende o encerramento de alguns cursos de formação inicial de professores por alguns anos, «até a normalidade estar restabelecida». Em contrapartida, acrescenta este dirigente estudantil, «às Escolas Superiores de Educação teriam de ser dados meios, ou seja, cursos virados para outras áreas, para que as escolas possam reestruturar-se». Contra as «medidas repentinas» O encerramento de cursos, ainda que temporariamente, merece a contestação do presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Luís Soares, e da secretária-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), Manuela Teixeira, que defendem a realização de um estudo prospectivo que avalie quantos professores vão sair do sistema nos próximos anos e quantos vão ser necessários. Até porque, salienta Luís Soares, «há uns anos, na Holanda, foram encerrados alguns cursos e, de um momento para o outro, viram-se sem professores e tiveram de recorrer a professoras que já tinham saído do sistema». É essencial fazer «planeamento, não se pode tomar medidas repentinas», conclui. Se se confirmar que há formação excedentária de professores, continua o presidente do CCISP, «devíamos sim diminuir o numerus clausus, porque vai ser sempre necessário compensar os professores que vão saindo do sistema e porque não podemos correr o risco de voltarem a entrar pessoas que não são profissionalizadas». Para além da realização deste estudo, que deveria ser cojugado com uma redução do numerus clausus, a secretária-geral da FNE defende a existência de «licenciauras de banda mais larga para que depois, através de especializações, as pessoas possam direccionar-se». Quanto aos alegados 40 mil professores que terão ficado fora do sistema de ensino neste ano lectivo, Manuela Teixeira, lembra que nesta fase do concurso concorreram professores que queriam mudar de escola, professores que invocam a preferência conjugal para serem transferidos, os que já estão efectivos nos Quadros de Zona Pedagógica (muitos não foram colocados em nenhuma escola, estão ainda com horário zero) e finalmente os professores contratados. Como tal, acrescenta, «o número de docentes contratados no desemprego não atinge os dez mil». De qualquer forma, lembra Manuela Teixeira, «temos taxas muito baixas de escolaridade e taxas altíssimas de insucesso escolar, pelo que era importante recorrer aos professores profissionalizados e desenvolver a sério a formação e adultos, o acompanhamento de alunos e a ocupação de tempos livres» |