Uma escolaridade para todos democraticamente organizada

"Temos que participar activamente nos debates" relacionados com "as aprendizagens dos alunos", com "os desafios que hoje se colocam ao trabalho dos professores no âmbito da  formação" (inicial e contínua), sublinhou Rui Trindade no terceiro seminário preparatório do 7.º Congresso do Sindicato dos Professores do Norte.

O docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCE) da Universidade do Porto falava no auditório do Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, no seminário dedicado ao tema "Uma escolaridade para todos democraticamente organizada".

Rui Trindade referiu-se às "crescentes exigências" que se colocam aos professores e às escolas no contexto actual do país, sublinhou que "a função dum Sindicato como o nosso é contribuir para a construção de uma sociedade e de uma escola democráticas".

Helena Arcanjo, doutoranda da Universidade de Aveiro e dirigente do SPRC, falou da "participação dos municípios na educação (políticas e práticas), tendo dado especial atenção às cartas educativas. A propósito das AECs, registou: "O poder central concebe e define as fregras, esperando que o popder local ac ate placidamente o caderno de encargos definidos centralmente, mediante certas contrapartidas financeiras".

Teresa Medina, da FPCE da Universidade do Porto, analisou alguns traços fundamentais da educação de adultos e das políticas que a enquadram. Alertando para os "ditames dos grandes grupos económicos e financeiros" em tempo de "crise", destacou que a tónica presente no discurso europeu sobre educação de adultos está em profunda ruptura com as perspectivas mais humanistas da formação e da valorização dos cidadãos.

A docente da Universidade do Porto realçou a importância das experiências de vida  no contexto das aprendizagens e apontou o exemplo de certos dirigentes sindicais de sectores com menos qualificações escolares que são cidadãos portadores de saberes, conhecimentos e experiências de grande alcance.

Políticas educativas, a relação entre a escola e a política, a avaliação em mega-agrupamentos,  a educação de adultos, incluindo o ensino superior (maiores ded 23), os horários de trabalho dos professores, a escola a tempo inteiro e a resposta social; o modelo das AECs, o papel das câmaras municipais e a precariedade laboral; a autonomia e o currículo - foram alguns dos temas em foco no debate que se seguiu após as comunicações dos convidados.

A sessão foi moderada pela dirigente do SPN e da FENPROF,  Júlia Vale, que, em nome da Direcção Distrital de Braga do Sindicato dos Professores do Norte, agradeceu os contributos daqueles investigadores.

O tema central do seminário realizado em Braga será retomado no sábado, 4 de Dezembro, no auditório Paulo Quintela, em Bragança, que conta com Domingos Fernandes, Fátima Antunes e Cristina Mesquita como oradores.

Na mesma data, realizar-se-á igualmente o Seminário do Porto, que decorrerá no Auditório do Conservatório de Música do Porto, que será o primeiro dedicado ao tema "Uma identidade profissional docente dignificada, assente num sindicalismo autónomo, vivo e actuante", e no qual serão apresentadas comunicações por Manuela Esteves, Paulo Sucena e Abel Macedo. / JPO

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