Professores manifestam-se à porta da Escola do Cerco contra violência

14 de maio de 2018

 

Dezenas de professores manifestaram-se, na segunda-feira de manhã, à porta da Escola Básica e Secundária do Cerco, no Porto, na sequência das agressões a uma professora deste agrupamento escolar. Os docentes repudiaram a atitude dos familiares envolvidos no episódio da Escola Básica do Lagarteiro e apelam ao reforço de funcionários nas escolas. Os presentes aprovaram a seguinte moção:

MOÇÃO

Educadores e professores do Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto condenam agressão a colega

e exigem medidas de combate à violência nas escolas

Considerando que:

  • os casos de indisciplina e de violência no espaço escolar têm vindo a aumentar, particularmente em escolas inseridas em meios social e economicamente desfavorecidos;
  • no passado dia 8 de maio, uma professora necessitou de receber tratamento hospitalar, após ter sido agredida dentro da Escola EB1 do Lagarteiro por quatro adultos familiares de um aluno;
  • no Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto, não se trata de um incidente isolado, mas de mais um envolvendo violência física e/ou psicológica, de que docentes e trabalhadores não docentes têm sido vítimas, nomeadamente, no presente ano letivo;
  • esta situação é agravada pela carência de pessoal não docente;
  • as causas para este fenómeno são múltiplas, resultando de profundas alterações no plano social e familiar, de situações de marginalidade e pobreza na sociedade portuguesa, mas também da situação da profissão docente, tantas vezes desrespeitada e desvalorizada pela própria tutela, que tarda em melhorar significativamente as condições de trabalho dos docentes;
  • a Escola Pública é um bem que tem de ser preservado e que carece de um clima saudável de convivência inter e intra-geracional.

Os educadores e professores do Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto, reunidos junto ao portão da Escola Básica e Secundária do Cerco do Porto, sede do Agrupamento: 

  • condenam veementemente a agressão de que foi alvo uma sua colega, dentro das instalações da EB1 do Lagarteiro, em pleno exercício de funções;
  • expressam à colega agredida toda a sua solidariedade, num momento penoso da sua vida pessoal e profissional, pelo qual nenhum docente deveria ter de passar;
  • estendem essa solidariedade a todos os docentes que, no exercício da sua profissão, já foram também vítimas de violência;
  • reclamam das autoridades competentes o completo apuramento de responsabilidades e a exemplar punição dos autores;
  • exigem do Ministério da Educação o reforço dos recursos humanos, docentes e não docentes, assim como de equipas multidisciplinares de intervenção em áreas como a saúde, o serviço social, o apoio psicológico, etc, particularmente em escolas inseridas em meios social e economicamente desfavorecidos, como é o caso do AE Cerco do Porto;
  • exigem segurança no seu local de trabalho e respeito pela função que exercem. 14 de maio de 2018.

(Ver reportagem fotográfica de HB)


Comunicação social – 14 de maio

Jornal de Notícias – Professores manifestam-se no Cerco contra violência nas escolas

Porto Canal – Dezenas de professores manifestam-se à porta da Escola do Cerco contra violência escolar

Rádio Regional – Professores manifestam-se contra a violência

Expresso – Professora agredida disponível para regressar à Escola EB1 do Lagarteiro. Sindicato reivindica mais segurança


11 de maio de 2018

Concentração “Diz não à violência”

Dia 14 de maio de 2018  |  10:00h  | Junto ao portão da Escola Secundária do Cerco

No dia 8 de maio, uma professora foi agredida dentro da Escola EB1 do Lagarteiro, em que estava a trabalhar no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular, por quatro adultos familiares de um aluno, tendo tido necessidade de receber tratamento hospitalar.

Face a essa agressão, os docentes do Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto, de que a EB1 do Lagarteiro faz parte, decidiram concentrar-se na próxima segunda-feira, dia 14, pelas 10:00h, junto ao portão da Escola Secundária do Cerco, levando uma camisola e/ou um adereço branco. Esta iniciativa pública assume-se como um apelo à não violência, e simultaneamente como uma expressão de solidariedade para com a colega agredida e todos os docentes vítimas de violência no exercício da sua profissão.

O Sindicato dos Professores do Norte (SPN), que tomou já posição pública de repúdio pelo ocorrido, considerando intolerável a violência no espaço escolar, onde devem prevalecer relações de respeito mútuo e de civilidade, e exigindo medidas que ponham cobro a estas situações e garantam a imprescindível segurança dos docentes no exercício da sua atividade profissional, estará com os professores do Agrupamento do Cerco do Porto


9 de maio de 2018

Urge erradicar a violência no espaço escolar

Face à agressão ocorrida no AE do Cerco do Porto, a Direção do SPN manifesta inteira solidariedade à professora agredida, considera intolerável a violência de que os docentes são alvo no exercício da sua atividade profissional e reafirma que urge tomar medidas que ponham cobro a estas ocorrências e garantam a imprescindível segurança no espaço escolar.

No dia 8 de maio, uma professora foi agredida dentro da Escola EB1 do Lagarteiro, em que estava a trabalhar no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular, por quatro adultos familiares de um aluno, que, segundo informação recolhida junto da escola, estava a perturbar a realização das atividades com uma atitude agressiva e uma linguagem imprópria. A facilidade com que os agressores terão entrado na escola através do gradeamento lateral não é certamente alheio à falta de pessoal não docente, que ainda recentemente motivou uma greve deste setor.

A indisciplina e a violência marcam o dia-a-dia de muitas escolas e o quotidiano profissional de muitos docentes. São problemas que não podem ser ignorados, cujas causas radicam em profundas alterações no plano social e familiar, assim como em fenómenos de marginalidade e pobreza. O combate a estes fenómenos passa por medidas políticas mais gerais, que diminuam as desigualdades sociais e melhorem as condições de vida dos portugueses, porque não se pode esperar que a escola resolva todos os problemas da sociedade. Mas importa também melhorar as condições de trabalho nas escolas, nomeadamente investindo em equipas multidisciplinares, com psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, que possam, de forma sustentada, prevenir situações deste tipo.

Mas qualquer que seja a causa, a Direção do SPN reafirma que nada justifica ou desculpabiliza a agressão a um professor – um crime público, perpetrado num espaço onde devem prevalecer relações de respeito mútuo, de civilidade, de hospitalidade. É para promover esse clima de sã convivência, favorecedor do ensino e da aprendizagem, que os professores trabalham quotidianamente. Não é suposto, nem admissível, que estejam sujeitos a agressões no exercício da sua profissão, atos condenáveis a todos os níveis, designadamente pelo que representam de desvalorização e perda de autoridade dos professores perante a sociedade.

Tratando-se de uma experiência traumática particularmente difícil de ultrapassar, é fundamental que o Estado dê todo o apoio necessário a esta professora e que os agressores sejam criminal e exemplarmente punidos.  

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