«A Professora», de Francisco Simões, inaugurada no Funchal (5/out)

09 de outubro de 2023

A obra «A Professora» trata-se de uma homenagem do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) a todos os educadores e professores e educadores. Está localizada nas imediações da sede do SPM, no Funchal, mais precisamente na Ponte da Cabouqueira, doravante a Ponte do Professor.

Integrada na Semana Europeia dos Professores e nas comemorações do Dia Mundial do Professor, a inauguração da obra contou com a participação de inúmeros educadores e professores. Presentes estiveram, igualmente, dirigentes dos sindicatos que constituem a Fenprof.

Francisco Simões fala sobra a sua obra.

 


Funchal, Homenagem aos Professores

Mário Nogueira

Com um grande e fraterno Abraço ao colega que é o escultor de A Professora, Francisco Simões, ao SPM na pessoa do meu camarada e amigo Francisco Oliveira e uma homenagem ao grande Bertold Brecht que inspirou a forma de organizar as minhas palavras:

Primeiro, chegaram e levaram as estátuas;
não me importei...
nunca fez o meu género apreciar pessoas nuas petrificadas.

Depois, vieram e queimaram livros;
incomodou-me o fumo, mas só isso...
Porque havia de me incomodar mais se o WathsApp, o Facebook, o X, ex-Twitter, o Instagram e o Tik Tok já me enchem as medidas?

A seguir, fecharam espaços de espetáculo e correram com os artistas,
como aconteceu no Porto, mas não só;
mas que me interessa se, para mim,
artistas a sério são os gajos e as gajas do Big Brother e do Quem quer casar com o agricultor?

Mais tarde, informaram que, por falta de viabilidade financeira,
teriam de entregar o SNS a privados;
mas por que raio havia de me preocupar se, tirando uma gripezinha ou outra,
nunca precisei de ir ao médico?

Nos últimos dias, ouvi dizer que há professores e professoras
a quem foram instaurados processos disciplinares – de Guimarães a Faro, passando por Gondomar - por lutarem pelos seus direitos...
pouco me importo!
Nunca fiz greve, nem fui a manifestações.
Para quê?! O que ganharem os outros também será um ganho para mim.

Agora, parece que querem acabar com os professores.
Contratam quem podem, talvez por acharem que não falta quem tenha jeito para dar aulas... e  fica muito mais em conta..
Começo a preocupar-me... a escola que me recebeu e a quem devo a profissão e a vida que vou tendo era aquela a quem os professores davam corpo e davam alma.
Que será dos meus filhos ou netos?

É bom que, nos 50 anos de Abril, estejamos atentos àqueles que não desistem de destruir as conquistas de Abril...
na Saúde, na Educação, na Cultura...
e a seguir virão a Liberdade e a Democracia.
Não baixemos a guarda!

Viva o Dia Mundial do Professor!

Viva a República e os seus 113 anos!

Vivam os 50 anos de Abril!

Anexos

«A Professora» (cartaz)

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