UMA
EXCELENTE RESPOSTA À POLÍTICA LABORAL E EDUCATIVA DO GOVERNO
GREVE
DOS PROFESSORES
O Secretariado Nacional saúda todos os educadores e professores
portugueses pela magnífica resposta que hoje deram à política
laboral e educativa do Governo.
A greve dos professores e educadores obteve uma adesão, a nível
nacional, que se cifrou entre os 65% e os 70%, percentagem que claramente
mostra o profundo descontentamento que grassa no interior da classe docente
e demonstra a decisão dos professores de resistirem e lutarem contra
uma política governamental que elege os trabalhadores como suas
vítimas, agravando iniquamente a legislação laboral
e postergando as medidas necessárias à melhoria das condições
de trabalho dos docentes e a qualidade do ensino, pondo assim em causa
o desenvolvimento económico, social e cultural do país.
Nas muitas centenas de reuniões havidas nas escolas de todo o país
foi inequivocamente manifestada a vontade dos docentes prosseguirem a
luta até que o Governo recue nas suas intenções atentatórias
dos direitos dos trabalhadores.
A FENPROF ressalta o facto desta excelente adesão à greve
de hoje ter sido alcançada apesar de várias organizações
sindicais de professores terem actuado nas escolas tentando desmobilizar
os professores com falsos argumentos sobre a oportunidade da greve, baseados
em negociações existentes.
Esta jornada de luta que não pode ser entendida como um ponto de
chegada mas como mais uma etapa de um processo que se antevê duro,
prolongado e complexo.
O Secretariado Nacional
GREVE
NACIONAL DE PROFESSORES-
Ensino Superior
Adesão
à Greve no Ensino Superior entre 60 e 70%
As organizações sindicais que convocaram a greve no Ensino
Superior, FENPROF e SNESup, definiram e comunicaram a todos os docentes
que a adesão à greve seria medida, como é habitual nas greves no ensino,
pela fracção do número de aulas que não são dadas. Assim, todos aqueles
que não tinham actividades marcadas para este dia 30 não foram aconselhados
a declararem-se em greve, embora seja provável que alguns o tenham feito
por necessidade individual de se solidarizarem com a greve.
Como é natural, os níveis de adesão variam muito de escola
para escola, havendo casos de adesão praticamente total e outros em que
esta é mais fraca. As informações recolhidas até ao momento indicam os
seguintes valores:
Universidade do Minho ? 75%; Universidade de Évora ?
71%; Universidade de Coimbra ? 75%; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
? 80%; Instituto Superior de Economia e Gestão ? 75%; Instituto Superior
Técnico ? 60%; Faculdade de Letras de Lisboa ? 50%; Faculdade de Psicologia
e de Ciências da Educação de Lisboa ? 50%; Faculdade de Farmácia da Universidade
de Lisboa ? 60%; Faculdade de Belas Artes de Lisboa ? 80%; Instituto Superior
de Engenharia do Porto ? 60%; Escola Superior de Gestão de Santarém ?
30%; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação do Porto ? 80%;
Escola Superior de Enfermagem de Vila Real ? 83%; Departamento de Informática
da Universidade da Beira Interior ? 100%; Escola Superior de Tecnologia
e Gestão da Guarda ? 50%; Faculdade de Ciências do Porto ? 33%; Faculdade
de Arquitectura do Porto ? 33%; Escola Superior de Enfermagem de Beja
? 40%; Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa ? 70%;
Escola Superior de Enfermagem do Funchal ? 100%; Faculdade de Economia
da Universidade de Coimbra ? 95%; Escola Superior Agrária de Bragança
? 20%; Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo ? 58%; Universidade
do Algarve ? 60%.
Atendendo a estes valores e à dimensão relativa das diferentes
escolas, estimamos que o valor médio de adesão a esta greve às aulas no
ensino superior se situa entre os 60 e os 70%. Esta greve constituiu assim
um assinalável êxito e abre boas perspectivas para a continuação da luta,
designadamente, por resultados positivos nas negociações que se avizinham
com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior.
Com os melhores cumprimentos
Pela FENPROF
João Cunha Serra
Pelo SNESup
Amélia Loja
30/10/02
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