Colega,
Amanhã, dia 14 de Novembro, é dia de Greve Geral. No ensino Superior, docentes e investigadores temos razões de sobra para participar na greve: pelo Ensino Superior, contra a degradação das carreiras e das condições de vida, contra a austeridade e pelo crescimento económico.

Colega,
Com a Greve perdemos um dia de salário.
Se não lutarmos perdemos muito mais. Perdemos meses de salários, sob a forma de cortes no salário mensal, roubo de um subsídio e aumento do IRS.
Não fazer Greve é dizer ao governo e a quem nele manda que ainda aguentamos mais, que somos um sector onde podem cortar mais.

Com a Greve os nossos alunos perdem um dia de aulas.
Se não lutarmos, os nossos alunos vão perder professores, condições de estudo e, em alguns casos, anos de aulas.
Não fazer Greve é aceitar que o Ensino Superior pode minguar, que as universidades e os politécnicos podem funcionar ainda com menos fundos, que não são precisos tantos docentes, nem tanta investigação … nem tantos estudantes.

Fazer Greve é afirmar que o orçamento para o Ensino Superior não pode ser aquele que está inscrito na proposta de Orçamento de Estado. Que os cortes não são suportáveis.
Fazer Greve é estar do lado da defesa do Ensino Superior Público e da Investigação científica.

Fazer Greve é ser solidário com os outros trabalhadores, e com os nossos colegas de Espanha, Itália, Grécia, Chipre e Malta que estarão também em luta no mesmo dia.

Fazer Greve é mostrar que somos contra as medidas que infernizam as nossas vidas de trabalhadores docentes e investigadores, nomeadamente:

• os despedimentos de colegas convidados
• os cortes nos salários
• o roubo do subsídio de férias
• o aumento do IRS
• as desigualdades que resultam de haver professores a auferir salários inferiores aos das tabelas, seja quando são aprovados em provas de doutoramento ou de agregação
• a falta de condições para a realização dos planos de doutoramento nos colegas abrangidos pelos períodos transitórios das carreiras docentes do Ensino Superior.
• as cargas lectivas excessivas
• as carreiras congeladas e a falta de concursos
• o aumento da idade da reforma

Fazer Greve é estar contra a austeridade e a favor do crescimento económico e do emprego. É lutar:

• Contra os cortes no subsídio de desemprego, no subsídio de doença e noutras prestações sociais, contra mais uma redução das pensões de reforma;
• Contra a destruição das Funções Sociais do Estado (Segurança Social, Saúde, Educação);
• Contra o desmantelamento, a degradação e o encarecimento dos serviços públicos prestados às populações (designadamente dos transportes e comunicações).
• Contra as privatizações das empresas estratégicas para o desenvolvimento do país.
• Contra o aumento dos preços de bens e serviços de primeira necessidade (electricidade, água, gás, transportes, etc.) e de outros impostos e taxas diversas.

Fazer Greve é exigir outras respostas, nomeadamente pela aplicação das propostas da CGTP-IN:

• Aumentar as receitas do estado, através da taxação dos lucros dos grandes grupos económicos, das transacções financeiras e dos dividendos dos grandes accionistas.
• Diminuir as despesas do Estado, através de: redução dos encargos públicos com as parcerias público-privadas; revogação dos benefícios fiscais ao sector segurador e financeiro e às Fundações privadas dos grupos económicos; diminuição das “rendas” pagas pelo Estado, em especial ao sector eléctrico; exigência de que o BCE passe a emprestar directamente ao Estado à taxa de referência de 0,75% em vez de o fazer através dos bancos privados, com grande lucros para estes.
• Com estas medidas, é gerada uma poupança de 12 mil milhões de euros e, assim, pode evitar-se a continuação do saque aos salários e pensões de reforma; parar com o agravamento do desemprego e da recessão; melhorar a protecção social e as condições de trabalho e libertar meios para o investimento produtivo.

Por tudo isto, fazer Greve é, além de tudo, um acto de cidadania responsável.

13.nov.2012

Departamento do Ensino Superior e Investigação