Greve da Educação Pré-Escolar (2002)

2001 ou 2002?

 

Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF

Greve dos Educadores de Infância

Uma afirmação ímpar de dignidade profissional

1. O Secretariado Nacional da FENPROF saúda todos os educadores e educadoras de infância pela extraordinária resposta que deram hoje, com uma greve cuja adesão ultrapassou os 90%, ao Ministério da Educação e à sua atitude de inqualificável arbítrio na elaboração de um ilegítimo e ilegal calendário escolar da educação pré-escolar.

2. O Ministério da Educação humilhou e ofendeu insensatamente a dignidade profissional dos educadores de infância ao tripudiar sobre o seu estatuto de carreira e sobre a legislação enquadradora da educação pré-escolar, "inventando" um calendário escolar próprio para aqueles profissionais da educação excluindo-os do que foi atribuído aos outros docentes abrangidos pelo mesmo estatuto de carreira dos educadores.

3. A resposta dos educadores, materializada nesta extraordinária greve, porventura uma das maiores greves de docentes que se realizaram em Portugal, demonstra, por um lado, que a dignidade pessoal e profissional dos docentes portugueses não está à venda e, por outro, exige que o Ministério da Educação reveja a sua posição.

4. O repúdio pela decisão do Ministério da Educação foi generalizado em todo o país, erguendo uma enorme onda de indignação que se abateu fragorosamente sobre o Ministério da Educação que reagiu da pior maneira, como nem o náufrago mais aflito o faria.

         Reagiu, ofendendo de um modo brutal e para sempre inapagável a consciência crítica e moral dos educadores de infância ao afirmar que só comentava as percentagens de adesão à greve quando passarem os cinco dias de que os educadores dispõem para justificar a falta de hoje. Tal afirmação não é mais do que uma insinuação que pretende dizer que poderá haver muitos educadores que não se irmanaram neste formidável protesto porque faltaram por motivos outros.

         Basta de tanta insensatez!

5. A FENPROF repudia veementemente tal insinuação, manifesta uma vez mais a sua profunda solidariedade à magnífica lição de combatividade, de coesão e de força dos educadores de infância e confia na continuação da sua luta junto dos órgãos de soberania e de outras entidades até às quais fizeram chegar os sólidos argumentos do seu protesto.

6. Vivemos num estado de direito que para o ser tem de abrir caminhos para que justiça seja feita aos educadores de infância portugueses, cuja luta jamais foi direccionada contra os pais e encarregados de educação e seus legítimos interesses.

 

                   O Secretariado Nacional

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