GREVE em 17 e 18 de Outubro

Maior manifestação de educadores e professores
até hoje realizada em Portugal convocou

Greve 
17 e 18 de Outubro

Pelo menos 1 em cada 6 dos docentes portugueses
defendeu, em Lisboa, a sua dignidade profissional e o seu ECD

"Categoria há só uma: professor e mais nenhuma!" - esta foi uma das palavras de ordem que marcou o ritmo da Marcha Nacional de educadores e professores realizada na tarde do dia 5 de Outubro, entre o Marquês de Pombal e o Rossio, em Lisboa.

Cerca de 30 000 docentes - à volta de um quinto do total destes profissionais em serviço no País - responderam, com entusiasmo e determinação, ao apelo das 14 organizações de docentes e deram vida à maior manifestação de educadores e professores até hoje realizada em Portugal.

No Dia Mundial do Professor e no feriado evocativo de uma data gloriosa da nossa História, os docentes, em unidade, protestaram contra a tentativa de imposição de um novo Estatuto da Carreira Docente, que retira ou reduz direitos, salários, tempo de serviço, condições de trabalho e de exercício profissional.

Como afirmou Paulo Sucena no gigantesco Plenário do Rossio, "ou o senhor secretário de Estado, no dia 12 de Outubro, modifica a sua atitude e admite um verdadeiro e real processo de negociação com as organizações sindicais, ou haverá greve nacional nos próximos dias 17 e 18 de Outubro, cujo pré-aviso será amanhã entregue".

E esse é o sentido da moção ("Por um ECD que dignifique a profissão docente e reforce o seu prestígio social") aprovada por unanimidade e aclamação. Além da greve, os milhares de educadores e professores presentes manifestam "a sua disponibilidade para prosseguir a luta, sob a forma que, a cada momento, se mostrar mais adequada, com vista a impedir que o ME imponha autocraticamente o seu ECD".

Ao plenário de encerramento da Marcha chegaram dezenas de mensagens de solidariedade enviadas por organizações sindicais nacionais e estrangeiras.

 


 

Ao Ministério da Educação

Ao Ministério da Saúde

Ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

Ao Ministério da Defesa Nacional

Ao Ministério da Justiça

Ao Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas

Ao Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional

A todos os órgãos e serviços da Administração Pública

Aos Institutos Públicos com Autonomia

À Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo

À Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado

À Associação dos Colégios com Contrato de Associação

À Associação Nacional de Ensino Profissional

À Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

À União das Misericórdias Portuguesas

À Secretaria Regional de Educação e Ciência da Região Autónoma dos Açores

À Secretaria Regional dos Assuntos Sociais da Região Autónoma dos Açores

À Secretaria Regional de Educação da Região Autónoma da Madeira

A todas as entidades interessadas 
 
 

PRÉ-AVISO DE GREVE 

17 E 18 DE OUTUBRO DE 2006 

PROFESSORES E EDUCADORES PORTUGUESES

EM DEFESA DE UMA PROFISSÃO RESPEITADA E VALORIZADA

 

Nos termos da Lei, apresenta-se o Pré-Aviso de Greve para os dias 17 e 18 de Outubro de 2006, abrangendo todos os Docentes de todos os graus de ensino, com excepção do Ensino Superior, e com base nos seguintes fundamentos:

Os professores e educadores portugueses têm sido alvo, por parte do actual Governo e, em particular, do Ministério da Educação, de um violento ataque a aspectos essenciais da sua profissionalidade, que visa não só aniquilar direitos fundamentais inscritos no seu estatuto de carreira, mas também dinamitar direitos constitucionais consolidados em trinta e dois anos de democracia política. Junta-se a esta ofensiva uma inaceitável campanha política junto da opinião pública, com o intento de denegrir a imagem dos docentes, no seu conjunto, perante a sociedade e, dessa forma, abrir, demagogicamente, o caminho político e legislativo à ofensiva em curso.

As organizações sindicais abaixo-assinadas rejeitam e denunciam a ignomínia pública que o Governo vem lançando sobre o exercício da função docente, pondo em causa um bom exercício da actividade dos Professores e Educadores, a valorização do acto educativo e o bom nome a que aqueles têm direito.

A entrega, no dia 4 de Outubro, por parte do Ministério da Educação, de uma terceira versão de projecto de alteração do Estatuto de Carreira Docente não apresenta qualquer alteração às questões de fundo observadas nas duas versões anteriores da sua proposta e não responde a nenhuma das sete premissas apresentadas, pelas organizações sindicais abaixo-assinadas, no passado dia 28 de Setembro à senhora Ministra da Educação.

Perante o quadro anti-negocial e de grande retrocesso nas relações bilaterais para as questões laborais e educativas entre o Ministério da Educação e as Organizações Sindicais representativas dos professores e educadores portugueses, estas manifestam a sua profunda indignação e veemente protesto público, exigindo do Governo e do Ministério da Educação respeito pelas regras democráticas de diálogo e negociação com as organizações sindicais e respeito pelas normas reconhecidas na respectiva Convenção da OIT que têm sido profundamente desrespeitadas apesar de subscritas pelo Estado Português.

É em defesa de uma profissão digna, capaz de cumprir o papel social que lhe está atribuído, e da exigência de uma negociação efectiva de todas as matérias relacionadas com o Estatuto da Carreira Docente, pelo Ministério da Educação, e opondo-se à tentativa de golpear violentamente o estatuto profissional dos professores e educadores portugueses, que as organizações abaixo-assinadas, convocam uma Greve Nacional de Professores e Educadores, entre as zero horas do dia 17 de Outubro de 2006 e as vinte e quatro horas do dia 18 de Outubro de 2006.

Para os efeitos legais, caso as direcções executivas, usando os seus direitos, adiram à greve agora convocada, ficará responsabilizado pela segurança do edifício e de todas as pessoas que nele estejam o docente do quadro de nomeação definitiva mais antigo na escola, que não esteja em greve. 

Lisboa, 5 de Outubro de 2006 

As Organizações Subscritoras:

FENPROF - Federação Nacional dos Professores 

FNE - Federação Nacional dos Sindicatos da Educação 

SPLIU - Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades 

SNPL - Sindicato Nacional dos Professores Licenciados 

SEPLEU - Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades 

FENEI - Federação Nacional do Ensino e Investigação 

ASPL - Associação Sindical de Professores Licenciados 

PRÓ-ORDEM - Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem 

FEPECI - Federação Portuguesa dos Profissionais da Educação, Ensino, Cultura e Investigação 

SIPPEB - Sindicato dos Professores do Pré-Escolar e do Ensino Básico 

SIPE - Sindicato Independente dos Professores e Educadores 

USPROF - União Sindical dos Professores 

SINPROFE - Sindicato Nacional dos Professores e Educadores  

SNPES - Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário

Anexos

mocao-marcha-5out06

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