Caravana da Instabilidade

Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF

Professores & Educadores Contratados e Desempregados

Caravana da Instabilidade
Novembro & Dezembro

É "obrigatória" a presença de todos os professores e educadores contratados e desempregados: esta é uma luta de todos nós!

Depois de percorrer todo o Norte do País, a  caravana está a percorrer o centro e sul do Nosso País, passando ainda pelas ilhas.


A INSTABILIDADE VAI CHEGAR A TODOS OS PORTUGUESES.
PROFESSORES EM CARAVANA

Chegados a Novembro, acentuam-se os sintomas de instabilidade entre a classe docente. Um sentimento que resulta essencialmente de dois aspectos: a contabilidade dos números, o discurso do Governo e do Ministério da Educação.

A crua realidade dos números

Tendo em conta os números oficiais que são impossíveis de mascarar, apesar de normalmente pecarem por defeito, em Portugal 50 000 professores e educadores são contratados a prazo ou estão no desemprego. Um número elevadíssimo, se tivermos em conta que representam cerca de 33% do total dos docentes no activo, incluindo o ensino superior.
Uma situação verdadeiramente calamitosa, se tivermos em conta que o país apresenta uma das maiores taxas de analfabetismo da União Europeia e que, relativamente ao mesmo universo, está no topo dos países com maior abandono escolar no ensino básico.
Uma crua realidade, pois é conhecida a falta de condições para apoio a crianças e jovens com necessidades educativas especiais, o elevado número de alunos por turma, a progressiva extinção do ensino recorrente e a supressão em 50% dos lugares para as áreas curriculares não disciplinares do ensino básico.

Num quadro de profunda insuficiência de recursos, os dados que é possível obter em relação à instabilidade de emprego e à inexistência de propostas do ME para a resolução do problema deverão levar todos, mas todos sem excepção, a interiorizar a gravidade da situação e a disponibilizar-se para a luta, mesmo que numa análise superficial lhes pareça que nada disto que está a acontecer é consigo.

O discurso do Governo é o corolário de uma política de direita que tem a Educação como uma despesa e não como um investimento fundamental para elevação das qualificações dos portugueses e para o desenvolvimento social, económico e cultural do país,

O discurso preocupante do Governo

O Governo tem tentado passar a ideia de que existe uma crise económica que justifica cortes atrás de cortes no investimento. Tal reflecte-se no Orçamento de Estado e nas verbas do PIDDAC, nomeadamente, mas também no discurso de que temos uma administração pública pesada. Na Educação, são sintomáticas as afirmações de congelamento de admissões nos quadros, de corte nas contratações e de necessidade de rever a legislação de concursos, por forma a torná-la mais flexível e mais moderna - ideias que normalmente significam mais restrições numa situação já grave.
A intenção, já manifestada por David Justino, de rever os Decretos-Lei 18/88 e 35/88 (Quadros e Concursos) não reflecte nunca a intenção de produzir alterações no sentido das propostas da FENPROF, nem tem em conta as preocupações manifestadas pelos professores e pelas escolas.
Trata-se de um discurso preocupante, a fazer adivinhar um futuro muito próximo (o Governo quer nova legislação para Janeiro de 2003) de muito envolvimento e mobilização dos Professores.

A Caravana da Instabilidade

A FENPROF, tendo em conta a situação descrita e a necessidade de recolocar na rua, junto da opinião pública, o problema, vai pôr em marcha, entre 27 de Novembro e 20 de Dezembro, a Caravana da Instabilidade. Uma acção de esclarecimento e de denúncia da vida das escolas e dos milhares de professores que vivem o dia-a-dia sem saber como vai ser o seu futuro ou sem poder prever a sua vida pessoal, familiar e profissional.
Trata-se de uma situação degradante a que urge pôr cobro.
Uma grande acção em que todos contam...


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